Arquivo Histórico Diocesano nasce nos Açores

Diocese está sensibilizada para a necessidade de conservar e divulgar o seu património artístico e documental A diocese de Angra está empenhada na defesa do seu património, mas “sentimos algumas dificuldades devido à sua dispersão geográfica”. Em declarações à Agência ECCLESIA, D. António Sousa Braga refere que as intervenções nesta área “implicam investimentos e estamos com dificuldades a nível económico” O director do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, João Soalheiro, está nos Açores e, após uma reunião com o clero de Angra, sublinhou que os padres dos Açores estão sensibilizados e preocupados com o património eclesial. O arquipélago tem um património “vasto”, mas que “exige respostas”. Neste âmbito, o projecto envolve um “esforço muito grande de persistência, rigor e abnegação” – disse João Soalheiro à Agência ECCLESIA. O encontro com o director do Secretariado Nacional dos Bens Culturais “foi muito útil”, sobretudo para “lançar os alicerces do Arquivo Histórico Diocesano” – realça o bispo de Angra. E acrescenta: “É uma necessidade da diocese”. Apesar da diocese ser constituída por nove ilhas “é fundamental salvaguardar os documentos”. Numa segunda fase “iremos apostar na inventariação das obras de arte” – frisou o bispo de Angra. A dispersão geográfica e o clima são dificuldades extra para a execução do trabalho. “Já perdemos documentos e obras de arte devido a estas circunstâncias” – realça D. António Sousa Braga. Apesar das contrariedades, o bispo de Angra nota empenho do seu clero na área patrimonial. “Nos Açores, muita da arte e documentos históricos estão ligados à Igreja”. Arquivo Histórico Diocesano Datas para o nascimento do Arquivo Histórico Diocesano ainda não existem, todavia “vamos caminhar nessa direcção e nomear uma comissão instaladora”. D. António Sousa Braga pensa na criação “de alguns pólos” para o Arquivo, mas “sempre com a ideia unificada de um Arquivo Histórico Diocesano”. Ideia corroborada por João Soalheiro: “Arrancaremos com a envolvência das ilhas de S. Miguel, Terceira e Faial” e, posteriormente, avançar-se-á para as restantes ilhas. “A vontade é respeitar ao máximo a configuração própria das populações dos Açores” – acrescenta o director do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja Para a concretização deste projecto, o bispo de Angra aposta nas parcerias com a sociedade civil e o Governo Regional. “Temos parcerias com a Direcção Regional da Cultura e, ultimamente, o Presidente do Governo Regional mostrou disponibilidade para apoiar”. E adianta: “há também possibilidade de apresentar os projectos aos fundos europeus e à Fundação Calouste Gulbenkian”. Nesta linha, João Soalheiro realça que a Igreja, “enquanto instituição ao serviço do homem e da mulher tem tudo a ganhar com estas parcerias”. Nos 475 anos diocese de Angra, Açores mostram o seu património religioso Para comemorar os 475 anos da criação da diocese de Angra realizar-se-á uma exposição de arte sacra em Ponta Delgada (S. Miguel); Angra (Terceira) e Horta (Faial). D. António Sousa Braga anunciou que as três exposições terão temáticas diferentes. “A Paramentaria estará em destaque em S. Miguel, a ourivesaria na Ilha do Faial e a história dos bispos dos Açores na Ilha Terceira”. Para além da comemoração, João Soalheiro sublinha que é fundamental envolver as pessoas nestas acções. “As exposições pretendem dar a oportunidade ao visitante de penetrar na história da diocese, mas fazer o percurso da fundação até aos nossos dias” – conclui.

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