Papa recorda cristãos perseguidos

Perante milhares de peregrinos, Bento XVI falou do exemplo deixado pelo Beato João Duns Scoto e pediu maior fidelidade à Igreja.

O Papa defendeu hoje, na audiência de quarta-feira, a importância que os cristãos devem dar à defesa da Igreja e de Cristo.

No encontro com os fiéis, realizado esta manhã no Vaticano, Bento XVI abordou a vida do Beato João Duns Scoto, considerando-o um exemplo de fidelidade à causa da Igreja.

João Duns Scoto foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 1993, tendo sido apelidado de “o bardo do Verbo Encarnado e defensor da Imaculada Conceição”.

Nascido no séc. XIII, na Escócia, o beato integrou a ordem de São Francisco de Assis, tendo entrado para a família dos Frades Menores e, mais tarde, sido ordenado sacerdote, em 1291. Foi enviado para estudar filosofia e teologia em Inglaterra e Paris e os seus trabalhos posteriores são considerados como um grande contributo para a história da teologia.

O papa recordou que “Duns Scoto afastou-se de França, para um exílio voluntário, quando eclodiu um grande conflito entre o rei Filipe IV e o Papa Bonifácio VIII”.

Na altura, o frade preferiu sair do país, em vez de assinar um papel contra a Igreja, que o rei impunha a todos os religiosos.

Bento XVI convidou os cristãos a olharem para este gesto do Beato Duns Scoto, “lembrando o exemplo daqueles fieis que, ao longo da história da Igreja sofreram perseguições e foram recebidos com hostilidade, por causa da sua fidelidade e devoção a Cristo, à Igreja e ao Papa”.

Lançou também um olhar para a obra e vida de Duns Scoto, que teve como temas fundamentais a meditação sobre o mistério da Encarnação e o papel de Cristo e de Maria na história da salvação.

Trabalhos pioneiros que tiveram de suportar a oposição de muitos pensadores daquela época.

[[v,d,1328,07 de Julho de 2010]]“Ao contrário de muitos teólogos da altura”, referiu Bento XVI, “Duns Scoto defendeu que o Filho de Deus ter-se-ia feito homem, mesmo se não houvesse pecado, uma vez que a Encarnação estava projectada pelo Pai desde a eternidade, no seu plano de amor”.

Outra tese sustentada foi a de que Maria estava livre do pecado original desde o momento da sua concepção, “o que reforçava a universalidade da redenção realizada por Cristo”.

Enquanto discípulo de São Francisco de Assis, “anunciou com grande generosidade o mistério salvífico da Paixão de Cristo, uma expressão do amor imenso de Deus”, destacou ainda o Papa.

“Queridos irmãos e irmãs, o Beato Duns Scoto ensina-nos que a nossa essência é acreditar que Deus está perto de nós e nos ama em Jesus Cristo. Temos portanto de crescer num amor profundo por Ele e pela sua Igreja”, reforçou Bento XVI, no fim da sua intervenção.

Nas diversas referências aos peregrinos que acompanhavam a audiência, Bento XVI dirigiu-se aos fiéis de língua portuguesa, com “uma saudação cordial” e com votos de que sejam “testemunhas do Amor de Cristo, consolidando a fé que professam”.

Antes de conceder esta audiência geral, na Aula Paulo VI, o Papa e a sua comitiva pararam na Praça dos Protomártires romanos, para abençoar a estátua do Santo Aníbal, padre italiano que viveu entre 1851 e 1927 e desenvolveu grande acção junto do apostolado vocacional e também dos órfãos e pelos pobres.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top