Vaticano: Francisco pede que se pare corrida ao armamento e sublinha que «verdadeira paz não pode nascer do medo»

Artigo publicado numa revista semanal recorda «atormentada Ucrânia» e «conflitos» da «Terceira guerra mundial aos pedaços»

Foto EPA/Lusa

Cidade do Vaticano, 07 abr 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco escreveu num artigo publicado hoje revista semanal l’Espresso, sobre a importância de se parar com “a corrida aos armamentos” para que se possa “evitar a autodestruição da humanidade”.

“Não é utópico, é realismo saudável: só parando a corrida aos armamentos, que retira recursos para combater a fome e a sede e para assegurar cuidados médicos aos que não os têm, poderemos evitar a autodestruição da nossa humanidade”, pode ler-se no artigo divulgado hoje pelo Vatican News.

O Papa lamentou que o mundo viva marcado pela “guerra e pela violência”, assistindo a “terríveis imagens” que chegam da “atormentada Ucrânia”, e tantas vezes esquecendo outros conflitos com “muitos «pedaços» da Terceira Guerra Mundial” que, acredita, o mundo vive.

Francisco pediu que se lute contra a “inveja, o ressentimento, a ganância” para que desta forma se possa desenraizar as “raízes da guerra” e ao mesmo tempo “desarmar corações”.

“Para dizer verdadeiramente «não» à guerra e à violência, não basta apenas silenciar as armas e deter os agressores. É necessário desenraizar as raízes das guerras e da violência, que são o ressentimento, a inveja, a ganância. Gosto que hoje em dia existam meios de comunicação social, como o vosso semanário, que decidem dar espaço e voz aos pacificadores. Porque é preciso ter a coragem de «desarmar» corações, de ‘desmilitarizá-los’, de remover o veneno e o ressentimento”, escreveu.

O Papa pediu “coragem” para dizer “não” ao rearmamento afirmando que a “verdadeira paz não pode nascer do medo”.

“O que é necessário é o que há sessenta anos atrás São João XXIII, na sua encíclica Pacem in Terris, chamou «desarmamento integral»: o critério da ausência de guerra que se baseia no equilíbrio dos armamentos deve ser substituído pelo princípio de que a verdadeira paz só pode ser construída na confiança mútua”, recordou.

Assinalando a celebração da Páscoa, Francisco pediu que se troque nos cumprimentos, esse desejo de paz: “A paz esteja convosco”.

LS

 

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