Papa fala no «desafio» da unidade entre os cristãos

Bento XVI disse esta Quarta-feira nos Camarões que a “busca da unidade dos discípulos de Cristo constitui para nós um grande desafio”. O Papa falava na homilia da celebração de Vésperas a que presidiu, em Yaoundé, com a presença de representantes de outras Igrejas e comunidades cristãs. Partindo da figura de São José, cuja festa litúrgica se celebra a 19 de Março, o Papa disse que este Santo “é um sinal eloquente para todos os discípulos de Jesus que aspiram à unidade da Igreja”. “O seu exemplo incita-nos a compreender que é abandonando-se plenamente à vontade de Deus que o homem se torna um obreiro eficaz do desígnio de Deus, que deseja reunir os homens numa única família, numa única assembleia, numa única «ecclesia»”, acrescentou. Aos “queridos amigos membros das outras Confissões cristãs”, Bento XVI deixou o convite “a convertermo-nos à pessoa de Cristo, a deixarmo-nos cada vez mais atrair por Ele”. “É nele que somos chamados a reconhecer-nos irmãos, filhos de um mesmo Pai”, prosseguiu. Neste ano consagrado ao Apóstolo Paulo, disse ainda, “voltemo-nos conjuntamente para ele, para escutar e aprender «a fé e a verdade», nas quais estão radicadas as razões da unidade entre os discípulos de Cristo”. A celebração foi acompanhada por os bispos, sacerdotes, religiosos, seminaristas, diáconos e movimentos eclesiais dos Camarões. Bento XVI convidou todos a contemplar os traços característicos de São José. Falando da paternidade, Bento XVI afirmou que ser pai é ser “servidor da vida e do crescimento” e que esta mesma paternidade deve ser vivida pelos sacerdotes. “O sacerdócio ministerial comporta um vínculo profundo com Cristo, que nos é dado na Eucaristia”, recordou, fazendo votos de que a celebração da Eucaristia seja verdadeiramente o centro da vida sacerdotal, para que seja também o centro da missão eclesial. “Celebrando este sacramento em nome e na pessoa do Senhor, não é a pessoa do sacerdote que deve aparecer em primeiro plano: ele é um servidor, um instrumento humilde que reenvia a Cristo, porque o próprio Cristo é que Se oferece em sacrifício pela salvação do mundo”, afirmou, acrescentando que o ministério pastoral não é feito somente de renúncias, mas é também fonte de alegria. São José, observou, deve servir de exemplo também “aos irmãos e irmãs comprometidos na vida consagrada ou nos movimentos eclesiais”. “José ensina-nos que se pode amar sem possuir”, precisou o Papa, “desvenda-nos o segredo duma humanidade que vive na presença do mistério. Nele, não há separação entre fé e acção. A sua fé orienta decididamente as suas acções”.

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