Papa apela à paz na Venezuela

Francisco convida Governo e oposição a um diálogo «sincero»

Cidade do Vaticano, 26 fev 2014 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje à paz e à “reconciliação” na Venezuela, manifesta “apreensão” pelas consequências da violência e dos confrontos entre manifestantes e o Governo, que se prolongam há duas semanas.

Sigo com particular o que está a acontecer na Venezuela, por estes dias. Desejo vivamente que cessem quanto antes a violência e a hostilidade e que todo o povo venezuelano, a começar pelos responsáveis políticos e institucionais, se empenhe para favorecer a reconciliação nacional, através do perdão recíproco e de um diálogo sincero”, declarou Francisco, no Vaticano, durante a audiência pública semanal.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa pediu que o diálogo entre o Governo presidido por Nicolás Maduro e as forças da oposição “respeite a verdade e a justiça”, para que seja “capaz de abordar temas concretos para o bem comum”.

“Enquanto asseguro a minha constante e fervorosa oração, em particular por quantos perderam a vida nos confrontos e pelas suas famílias, convido todos os crentes a elevar súplicas a Deus, pela materna intercessão de Nossa Senhora de Coromoto [padroeira da Venezuela], para que o país reencontre rapidamente a paz e a concórdia”, acrescentou.

Pelo menos 13 pessoas morreram e 150 ficaram feridas desde o último dia 12, na Venezuela, somando-se ainda vários danos materiais, na sequência dos protestos contra o presidente Maduro, que acusa os manifestantes de querer promover um golpe de Estado.

Leopoldo Lopez, um dos líderes da oposição, foi preso e os protestantes acusam o Governo de usar uma força desproporcionada, pedindo ainda mudanças em questões como a insegurança, a escassez alimentar ou a inflação.

A presidência da Conferência Episcopal Venezuelana emitiu um comunicado, esta terça-feira, no qual mostra a sua “preocupação” perante o clima de instabilidade política e social.

Os bispos católicos recusam o “uso da força” pelas forças de segurança, nalgumas manifestações, e pedem que o direito a protestar não seja usado para promover a violência e o “vandalismo”.

O documento aborda a proposta de uma ‘Comissão da Verdade’, deixando votos de que a mesma tenha uma constituição plural e sirva para que a Venezuela “conheça quem falhou” e estes paguem com a respetiva “condenação, seja quem for”.

OC

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