Palaçoulo: Monjas trapistas agradecem «manifestação de proximidade e generosidade», após incêndio na Casa de Acolhimento do Mosteiro

Zonas mais atingidas pelo fogo, que deflagrou na conduta da lareira, foram o sótão e os quartos

Foto: Monjas da Casa de Acolhimento do Mosteiro Trapista de Palaçoulo

Palaçoulo, 01 fev 2024 (Ecclesia) – As monjas da Casa de Acolhimento do Mosteiro Trapista de Palaçoulo, em Miranda do Douro, escreveram uma carta a agradecer a “grande manifestação de proximidade e generosidade” que receberam, depois de “um grave incêndio” atingir o lugar onde residem.

“Durante o dia [do incêndio], recebemos a visita do bispo, que nos mostrou a sua proximidade, do pároco, do presidente da Câmara, e depois de muitos amigos, conhecidos e desconhecidos, todos movidos pelo desejo de nos ajudar. Alguns trouxeram comida, outros começaram a recolher os escombros, outros queriam simplesmente estar perto de nós e animar-nos”, revelam, numa comunicação partilhada hoje pela Diocese de Bragança-Miranda.

Na mensagem com o título “O que um incêndio não pode destruir”, as monjas adiantam que “foram muitos os telefonemas e os e-mails de amigos” que exprimiram o desejo de “ajudar materialmente”.

Assim, estamos a experimentar a Providência do Senhor, que desperta nos corações a vontade de participar na reconstrução deste lugar, que não é só de nós monjas, mas é a Casa de todos os que procuram Deus”.

O incêndio deflagrou na madrugada de dia 27 de janeiro, “tendo começado na conduta da lareira acesa e que, alastrando rapidamente, comprometeu a zona central” da hospedaria (telhado, sótão e grande parte do primeiro andar).

“A zona mais atingida foi o sótão (que servia de arrecadação) e os quartos, que ocupamos enquanto aguardamos a conclusão da construção do mosteiro”, informam as monjas trapistas.

Além disso, algumas salas eram utilizadas como escritórios e áreas de trabalho (escritório da Madre, escritório das irmãs ecónomas, lavandaria, armazém e embalagem da confeitaria) e “o incêndio danificou-as gravemente, inutilizando parcial ou totalmente as salas, as máquinas e o material armazenado”.

“Estamos a tentar restabelecer a vida monástica regular, ocupando os lugares poupados pelo fogo e pela água. Cada uma de nós conseguiu arranjar um quarto para dormir e, nos corredores e na garagem, tentamos recolher o material que conseguimos salvar, limpar e arrumar”, avançam na carta.

As monjas trapistas indicam ainda que “os operários estão a isolar” as partes onde vivem “para depois começarem a demolir as restantes áreas da hospedaria em ruínas”: “Depois teremos de começar a reconstruir”.

Dadas os danos provocados pelo incêndio, a Casa de Acolhimento do Mosteiro Trapista de Palaçoulo fica impossibilitado de “receber hóspedes agora e durante um tempo indeterminado”, pois ficaram sem espaço para oferecer.

Temos a certeza de que o Senhor sabe o que está a fazer e o que nos permite viver é sempre para um bem maior do que aquele que podemos prever. A própria experiência da fraternidade entre nós e com as pessoas que nos ajudam é já um milagre comovente de comunhão e de esperança: o homem que acredita, espera e ama é verdadeiramente uma imagem da glória de Deus, da sua bondade e da sua beleza”.

Foto: Monjas da Casa de Acolhimento do Mosteiro Trapista de Palaçoulo

Na comunicação, as monjas trapistas revelam que a zona da capela “permaneceu intacta, assim como os quartos do noviciado”, que reservaram para receber hóspedes, além de ter sido uma “surpresa encontrar pendurados e intactos no meio do corredor atingido pelas chamas, pelo fumo e pela água, os hábitos brancos destinados à próxima tomada de hábito” de uma das postulantes, que no dia anterior uma das monjas tinha acabado de coser.

“Um jovem padre e três dos seus jovens paroquianos foram nossos convidados para um retiro. Conscientes de que não podíamos ajudar materialmente, a presença providencial do padre permitiu-nos celebrar a Eucaristia – depois do canto das Laudes. Enquanto os bombeiros ainda se esforçavam por apagar as chamas nos telhados, sobre o altar o Amor consumia mais uma vez o Seu dom por nós”, acrescentam.

“Certos de que a Providência do Senhor leva sempre a bom termo a obra que inicia, retomamos e continuamos o caminho e a construção da Sua morada entre nós, com renovada gratidão e espanto. Agradecemos antecipadamente a todos os que quiserem ajudar-nos, de qualquer modo, rezando ou doando ajuda, enquanto vos asseguramos a nossa oração contínua”, conclui o texto.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA no dia do incêndio, a Diocese de Bragança-Miranda divulgou o número da conta bancária do mosteiro para aqueles que queiram contribuir com donativos (PT50 0045 2260 4029 1080 1063 2) e informou que continuam à venda em vários pontos do país, nomeadamente em Bragança, na redação do jornal Mensageiro de Bragança, as “iguarias” feitas pelas irmãs.

LJ/OC

Palaçoulo: Incêndio atingiu o telhado da Casa de Acolhimento do Mosteiro Trapista

 

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