ONU: Eleição de António Guterres é a vitória de um homem que «nunca vendeu os seus valores»

Presidente da Missão Press realça trabalho «humanitário» do antigo primeiro-ministro português

Lisboa, 06 out 2016 (Ecclesia) – O presidente da Associação de Imprensa Missionária (Missão Press), da Igreja Católica, diz que a eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU é a vitória de um homem que “nunca vendeu os seus valores”.

Num texto que poderá ser lido na integra na nova edição do Semanário ECCLESIA, que vai ser publicada esta sexta-feira, o padre Tony Neves destaca Guterres como uma figura que “ao longo da vida somou vitórias e derrotas, com mais ou menos estrondo mediático, mas sempre evitou trepar sobre os outros para subir mais alto”.

“Os dez anos de liderança no Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) mostram o perfil de um homem com a razão e coração que sempre quis aliar nos seus compromissos políticos”, realça o também superior dos Missionários Espiritanos em Portugal.

António Manuel de Oliveira Guterres, de 67 anos, foi esta quarta-feira o mais votado na corrida para o cargo de secretário-geral da ONU, sendo a escolha de 13 dos 15 embaixadores dos países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O engenheiro e político, antigo primeiro-ministro de Portugal, prepara-se assim para suceder ao sul-coreano Ban Ki-moon na coordenação daquele organismo internacional.

Algo que, segundo já adiantou o presidente do Conselho de Segurança, Vitaly Churkin, deverá acontecer hoje e “por aclamação”.

O padre Tony Neves está convicto de que, diante dos desafios atuais da senda internacional, Guterres poderá contribuir para um “mundo mais justo e pacífico”, e recorda o seu percurso nos últimos anos, como alto comissário da ONU para os Refugiados.

No desempenho destas funções, “ajudou a colocar os refugiados no centro da agenda mundial e foi dando vida às causas sociais e humanitárias que abraçava”.

Ao mesmo tempo, acompanhou de perto vários cenários de guerra e violência, a partir dos quais “denunciou atrocidades sem conta” e “tentou sentar à mesma mesa os que, de armas na mão, destruíam e matavam”, frisa o sacerdote missionário.

Salienta ainda que António Guterres “conseguiu milhões para ajuda humanitária” e assumiu-se como “voz dos sem voz” contra “as apatias e (des)interesses de alguns sectores influentes da Comunidade Internacional, muitas vezes de costas voltadas para os problemas e para as vítimas”.

“Rasgar caminhos de paz e de futuro é missão de António Guterres, a partir de agora. Não é tarefa fácil porque não vivemos num mundo de inocentes. São desmedidas as ganâncias de ter e de poder”, aponta o presidente da Missão Press.

JCP

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