Óbito/Setúbal: Misericórdia do Porto sublinha papel de D. Manuel Martins como «cidadão e homem da Igreja»

Porto, 24 set 2017 (Ecclesia) – A Misericórdia do Porto lamentou hoje a morte de D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal, elogiando o seu “importante papel como cidadão e homem da Igreja”, na vida coletiva do país.

“Verdadeiro Príncipe do Povo junto da Igreja, D. Manuel Martins acompanhou D. António Ferreira Gomes no seu difícil mandato de Bispo do Porto, foi Bispo de Setúbal em tempos conturbados de afirmação do regime democrático e regressou ao Porto para terminar o seu magistério pastoral”, refere uma nota da instituição católica enviada À Agência ECCLESIA.

Após a morte do bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, a 11 de setembro, a Santa Casa da Misericórdia do Porto sublinha o “desaparecimento de mais um grande Bispo”.

“Com grande humildade aceitou ser nosso Capelão e o seu nome fica ligado ao último projeto da Misericórdia do Porto – o Centro de Alojamento Social, assinala a instituição, a respeito de D. Manuel Martins.

“O seu exemplo ficará na nossa memória. A sua ação pastoral e cívica ficará na nossa história”, acrescenta a nota oficial.

Em abril de 2013, numa entrevista ao Semanário ECCLESIA, D. Manuel Martins alertava para uma “ditadura do medo” e pediu um novo “25 de Abril” capaz de promover a paz e a justiça em Portugal.

“Não podemos esquecer que há muito desespero guardado, contido, em milhões dos nossos compatriotas. Ponho-me na pele deles, das pessoas que sabem que perderam o trabalho ou que o vão perder amanhã, que têm todos os seus compromissos sociais, familiares, a cumprir”, disse então.

D. Manuel Martins foi o primeiro bispo nomeado para a então recém-criada Diocese de Setúbal, onde iniciou o seu ministério episcopal no dia 26 de outubro de 1975.

O falecido bispo nasceu a 20 de janeiro de 1927, em Leça do Balio, concelho de Matosinhos; foi ordenado sacerdote em 1951, após a formação nos seminários do Porto, seguindo-se a frequência do curso de Direito Canónico na Universidade Gregoriana, em Roma.

Pároco da Cedofeita, no Porto, entre 1960 e 1969, D. Manuel Martins foi nomeado vigário-geral da diocese nortenha em 1969, antes de seguir para Setúbal.

No dia 23 de abril de 1998, o Papa João Paulo II aceitou o seu pedido de resignação ao cargo.

O bispo emérito foi agraciado com a grã-cruz da Ordem de Cristo, durante as comemorações do 10 de junho de 2007, em Setúbal, e com o galardão dos Direitos Humanos da Assembleia da República, a 10 de dezembro de 2008.

OC

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