Novo Bispo escreve à Diocese de São Tomé e Príncipe

Mensagem de D. Manuel António Mendes dos Santos Meus irmãos e irmãs! O Santo Padre Bento XVI acaba de me nomear Bispo de São Tomé e Príncipe. Nessa qualidade quero dirigir-vos uma saudação fraterna e cordial. Ao receber o mandato do Vigário de Cristo, evoquei espontaneamente a visão que São Paulo teve certa noite. Encontrava-se ele na Ásia e viu, de pé, na sua frente um macedónio, um europeu, que lhe fazia este pedido: “Atravessa o mar e vem ajudar-nos” (Act 16,9). Na voz do macedónio escuto, agora, a voz do povo santomense a convidar-me: “deixa a tua terra, a tua família, e vem anunciar o Evangelho no meio de nós”. Recordo bem o dia em que, pela vez primeira, pisei o solo deste país: 6 de Janeiro de 1994. Ao sair do avião, senti o ar quente e húmido característico destas terras, deparei com o verde exuberante da paisagem, e saboreei o sorriso caloroso das pessoas… Recordo ainda que me foi esperar ao aeroporto o saudoso P. Agostinho Rebelo, com quem iria partilhar, nos meses seguintes, ideais, inquietações apostólicas e uma forte e sincera amizade. Começava assim uma nova etapa na minha vida: ser missionário em São Tomé e Príncipe. Aí permaneci até Abril de 1995, desenvolvendo o meu apostolado nas paróquias de Guadalupe e Neves. Depois, várias vezes, nos anos seguintes, tive ocasião de visitar esta diocese, no meu trabalho de animação dos Missionários Claretianos. A última foi há cerca de dois meses, no princípio de Outubro de 2006. Sempre me senti muito bem acolhido. Agora pedem-me que vá viver convosco, e faço-o com alegria, disposto a agir de tal modo que possa dizer como Santo Agostinho: “Para vós sou bispo, convosco sou cristão”. Fiel ao ideal que sempre me norteou de servir a Igreja da melhor maneira possível, aceitei cumprir essa missão. Confio na poderosa intercessão da Virgem Maria, Madre de Deus e Nossa Senhora da Graça, e do nosso titular e padroeiro, São Tomé. Uma palavra de reconhecimento para D. Abílio Ribas, pelo modo simples e dedicado com que procurou servir a Diocese. Vejo nele um amigo e um modelo e peço a Deus que o recompense por todos os seus trabalhos. Uma saudação especial aos sacerdotes, diocesanos e religiosos. Com eles conto para o serviço desta parcela da seara do Senhor. Saúdo igualmente as comunidades religiosas presentes na Diocese: Claretianos, Espiritanos, Eudistas, Hospitaleiras da Imaculada Conceição, Servas da Sagrada Família, Doroteias, Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, Canossianas e Teresianas. As pessoas consagradas são uma bênção para qualquer Igreja particular. Espero que possam prosseguir e ampliar a excelente obra evangelizadora que têm realizado na Diocese. Saúdo também as Autoridades civis da República Democrática de São Tomé e Príncipe. A missão da Igreja é contribuir para o bem-estar e progresso dos povos, apontando caminhos de justiça e paz. Por isso, todo o esforço, todo o empenho, toda a iniciativa, que visem a construção de uma sociedade mais digna e mais feliz, terá o meu estímulo, o meu apoio. Aos membros de outras confissões religiosas, quero também dirigir uma saudação fraterna. É muito mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa. Demo-nos, pois, as mãos respeitosamente. Saúdo, enfim, todo o povo de Deus em São Tomé e Príncipe. Para todos quero ser uma palavra evangélica de esperança e uma presença amiga. Rogai por mim a Deus, para que eu não desperdice os dons que em mim depositou. Que Ele faça de mim um Pastor dedicado, humilde e zeloso como Santo António Maria Claret. E que a Virgem Maria nos guarde a todos no seu Coração Imaculado. Lisboa, 1 de Dezembro de 2006 P. Manuel António Mendes dos Santos CMF

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