Nota Pastoral do Bispo de Aveiro para o Dia Mundial do Doente

«O sofrimento é fonte de redenção» 1. Celebra a Igreja no dia 11 de Fevereiro, festa litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, o Dia Mundial do Doente. Desejando celebrar este dia de forma mais solene de três em três anos a exemplo do que acontece com as Jornadas Mundiais da Juventude e da Família, o Santo Padre propõe-nos que nos outros anos façamos esta celebração nas Igrejas Diocesanas e nas comunidades locais. Convido, por isso todas as paróquias, os movimentos apostólicos, os serviços pastorais e as instituições locais destinadas a servir os doentes e os idosos a valorizarem esta iniciativa da Igreja em dia a escolher livremente e com iniciativas que fortaleçam a consciência comunitária e tornem efectiva a necessária atenção aos doentes. A nível da nossa Diocese e integrado no espírito do Plano Diocesano de Pastoral celebraremos o Dia do Doente no último domingo de Maio com uma peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora de Schoënstatt, destinada aos doentes e idosos e que deve envolver os seus familiares e os visitadores dos doentes, ministros extraordinários da Comunhão, capelanias hospitalares, grupos sócio-caritativos das paróquias, centros sociais paroquiais e os grupos de voluntariado e de outros membros das comunidades paroquiais. 2. Ao escolher como lema para este ano “O Doente no Centro da Comunidade Cristã”, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde deseja valorizar esta dimensão essencial da vida cristã das comunidades e da consciência pastoral das pessoas e ins-tituições de cada paróquia, para que os doentes não sejam afastados das famílias nem ignorados ou esquecidos pela comunidade. Não será pedir demais que cada comunidade cristã cuide dos seus doentes, os envolva de ternura, os acompanhe com a oração e lhes afirme com presença e solicitude constantes o seu amor fraterno. Quem de nós não sabe por experiência própria ou por proximidade de família, de vizinhança ou de afecto o que é a dor e o que significa sofrer? Quem ignora como o sofrimento se pode tornar peso sem sentido, cruz sem cirineu, drama sem esperança, ou pelo contrário se pode transformar em caminho de redenção, em oportunidade de crescimento e em anúncio de bem-aventurança. Quantas vezes o sofrimento nos aproxima, nos liberta, nos faz irmãos, nos desvela a nós próprios e nos abre sentidos novos à vida, com marcas de esperança e com traços de consolação, de serenidade e de paz! 3. Nas visitas pastorais procuro dedicar tempo demorado e oferecer atenção maior aos doentes. Transporto comigo, como bênção, o bem neles tenho encontrado, as lições aprendidas, os olhares gravados, os silêncios profundos, as súplicas feitas e as lágrimas choradas. Ao lembrar cada um deles, e por eles todos os idosos e doentes, sei que deles recebo e transmito a melhor mensagem que as minhas palavras não sabem dizer, porque neles, também, a palavra se faz voz, rosto, casa e caminho de redenção. Os doentes “completam e cumprem no seu corpo o que falta à paixão de Cristo”Cl 1,24). Realizam esta acção redentora de modo muito expressivo os nossos sacerdotes idosos e doentes que vivem assim um modo novo e fecundo do seu ministério sacerdotal. Desejo que sintam nesta palavra o afecto do bispo e do presbitério diocesanos e a comunhão e gratidão da Igreja que continuam a servir. Neste caminhar ao encontro dos doentes tenho encontrado a generosidade, o desvelo e o amor cristão de pessoas, grupos, instituições e comunidades que, em passos dados, em palavras ditas ou silenciadas, em trabalho profissional competente e generoso e em gestos ternos e compassivos levam aos doentes a certeza do amor de Deus por quem sofre. 4. Que Nossa Senhora, saúde dos doentes e estrela de esperança, nos ajude a suavizar a dor de quem sofre e a dar coragem e fortaleza a quantos cuidam dos nossos irmãos doentes. Aveiro, 2 de Fevereiro de 2009, Festa da Apresentação do Senhor +António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro

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