Nota de D. Ilídio Leandro sobre os incêndios na Diocese de Viseu

Ainda que, infelizmente, aconteçam incêndios noutros anos e ainda que, também muito infelizmente, este ano tenha sido dos mais terríveis em diversas zonas do País, a nossa diocese foi violentamente atingida. Ao longo de muitos dias, em diversas alturas – alguns ainda no tempo do inverno – muitas pessoas sofreram estes ataques, com prejuízos múltiplos nos seus bens, atingindo a sua saúde, o seu ambiente, a sua paciência e o seu bem-estar geral. Em vários locais de vários concelhos, a diocese de Viseu foi sendo flagelada ao longo do tempo e nestas últimas semanas por permanentes focos deste inimigo que não respeita nada nem ninguém.

Lamentamos, independentemente das causas que os ativaram, sem conhecer e julgar culpas, negligências, descuidos, acasos ou azares. Porém, condenamos todas as situações que, porventura, tenham tido início na vontade humana, fossem quais fossem as intenções ou as razões porque tenham sido iniciadas.

Depois dos factos e conhecidas algumas das consequências, quero manifestar a minha comunhão dorida com todas as vítimas que sofreram estes ataques. Lembro aqueles que foram prejudicados nos seus haveres – quaisquer que tenham sido – e, também, aqueles que, crianças e jovens (nascidos e por nascer), não vão herdar nem admirar matas, serras, localidades, ambientes tão belos como eram antes. Lembro, ainda, os autarcas que, responsáveis pela defesa dos seus concidadãos, são impotentes perante atentados que, por vezes por inconfessáveis e injustificadas razões, causam a dor e a miséria à sua volta.

Quero, por último, saudar aqueles que – bombeiros e outros responsáveis da segurança e da proteção pessoal e ambiental – tudo têm feito e continuarão a fazer, fazendo jus ao seu lema: “vida por vida”, assumindo com valentia e coragem o facto de serem os “soldados da paz”.

Ao Senhor da paz, da justiça e do amor, uma prece para que seja generoso para com todos os protagonistas dos incêndios: a uns, dê o conforto na dor; a outros, aumente a coragem e a serenidade; a outros, mude os sentimentos e converta o coração.

VISEU, 11 de setembro de 2012
Ilídio, irmão e amigo bispo

 

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