Necessidade de se criar uma nova ordem mundial

Conclusões Finais Encontro LOC/MTC – HOAC A LOC/MTC – Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos de Portugal e a HOAC – Hermandad Obreira da Acción Católica de Espanha, Movimentos de Trabalhadores Cristãos, reuniram-se na Covilhã, de 9 a 11 de Janeiro para analisar, em conjunto, a situação do mundo do trabalho, as eleições para o Parlamento Europeu, a vida e a acção dos dois Movimentos, assim como preparar a Assembleia Mundial do MMTC – Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos que se realiza no próximo mês de Outubro em França. Relativamente à partilha sobre as realidades do mundo do trabalho, constatou-se que o elevado índice de desemprego que se faz sentir em cada um dos países, com tendência de aumentar ainda mais em consequência do abrandamento económico, do encerramento e falência de empresas e indústrias, provocados pela crise económica e financeira que marca a sociedade actual. Os baixos salários e reformas, o trabalho precário e clandestino, a flexibilização e desregulamentação dos horários e ritmos de trabalho foram, entre outras, as principais realidades comuns referidas. Os imigrantes, que tem sido factor de crescimento económico, de enriquecimento cultural e aumento da população, continuam a ser os primeiros a sofrer as consequências da falta e da precariedade do trabalho. São-lhe ainda dificultadas a legalização e integração nos países que os acolhem, não sendo também claras as intenções das políticas de apoio de retorno e reagrupamento familiar que estão a ser aplicadas em Espanha. Quanto à directiva europeia consideramo-la indigna e inaceitável. Foi ainda salientada a pouca sensibilidade dos trabalhadores e dos cidadãos relativamente ao significado da Europa Social e o abstencionismo que tem sido verificado em anteriores eleições para o Parlamento Europeu. Considerando que hoje a Europa também determina a política social e económica dos vários países membros, pensamos ser fundamental que os cidadãos se envolvam neste processo, conhecendo os vários projectos e programas para a Europa que cada grupo político apresenta. Torna-se por isso fundamental que em cada país se realizem debates sobre o que é a Europa Social e o significado destas eleições. A situação económica e financeira que vivemos, mereceram neste encontro uma especial atenção. Nesta reflexão foi reforçada a necessidade de se criar uma nova ordem mundial, em que a economia assente em princípios éticos e seja orientada a partir da centralidade da pessoa e do bem comum e não em objectivos de mercado e exclusivamente económicos. O trabalho digno e justamente remunerado deve ser um direito de todos, permitindo desta forma combater a pobreza, concretizar uma melhor distribuição da riqueza e criar mais equidade social. O trabalho deve ser o motor de desenvolvimento económico e social que permita a independência económica e a realização pessoal e familiar de cada homem e mulher nesta sociedade. A economia deve assentar em princípios éticos e orientados para o bem das pessoas Os momentos que vivemos na nossa história devem ser considerados como tempo favorável à mudança de hábitos de consumo, de novos estilos de vida, em que a participação activa nas comunidades e nas estruturas sociais, sindicais e políticas seja um constante desafio, contribuindo assim para a missão evangelizadora da Igreja. Mesmo vivendo no meio destas dificuldades, acreditamos que continua a ser possível detectar sinais novos no mundo e na vida de muitos irmãos nossos, que não deixam “apagar a torcida que ainda fumega”. Acreditamos na presença e força do Jesus Encarnado e Ressuscitado no mundo. Covilhã, 11 de Janeiro de 2009

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