Natal: Bispo de Beja encoraja reencontro familiar

D. António Vitalino analisa mortes em escola primária dos EUA e sublinha «poder» e «ajuda da oração e da fé»

Beja, 17 dez 2012 (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. António Vitalino, encoraja o reencontro das famílias durante a época natalícia, apesar das dificuldades económicas, e pede donativos para o fundo de emergência social da diocese.

“A família de sangue é a primeira instância do nosso trajeto de vida. Daí a tradição tão própria do Natal, o encontro da família. Apesar da crise e da austeridade, todos tentaremos reunir-nos à volta da mesma mesa, indo ao encontro daqueles que ainda ou já não podem vir até nós, devido à idade ou doença”, refere na nota semanal enviada hoje à Agência ECCLESIA.

O texto pede aos católicos que acolham igualmente como membros da sua família “todos os que sofrem por falta de amor, de teto, de trabalho e de pão”, dado que também são “filhos de Deus”.

“Nesta relação de gratuidade para quem não nos pode retribuir, vivemos a profundidade do Natal, do amor gratuito e solidário de Deus para connosco”, salienta D. António Vitalino, que apela à partilha de “presentes” e “sobretudo” de “tempo e presença” para as pessoas “que a sociedade esquece e marginaliza”.

O documento lembra que a Diocese de Beja tem um fundo de emergência social, gerido pela Cáritas, com o NIB nº 001 000 001 988 939 001 445, disponível para “ajudar quem mais precisa”.

O prelado evoca as narrativas bíblicas do nascimento de Jesus, onde se escreve que “diante da criança de Belém ajoelharam-se os pastores e os sábios, reconhecendo nela a glória de Deus e o Salvador prometido”.

“O mesmo se pede a cada um de nós, um coração simples, acolhedor, aberto, contemplativo e grato”, observa D. António Vitalino, que faz votos para que os católicos participem “na oração da comunidade de fé”.

A nota menciona também a morte de 20 crianças e pelo menos sete adultos ocorrida esta sexta-feira numa escola primária nos EUA.

“O sofrimento e a morte de pessoas indefesas, sobretudo se vítimas da maldade e da violência de adultos, tocam profundamente a nossa sensibilidade e muitos perguntam como isso é possível. Alguns até fazem disso motivo para pôr Deus em causa e bani-lo da sua mente”, aponta.

Depois de recordar que o presidente norte-americano, Barack Obama, “pediu oração”, o bispo realça que “o pároco da única paróquia católica de Newtown acorreu ao local poucos minutos depois, para ajudar as famílias e as pessoas da escola onde se deu o massacre” e a “diocese pediu aos padres da vizinhança para irem ajudar”.

“A paróquia organizou momentos de oração durante toda a noite, mantendo a igreja aberta”, assinala o prelado, acrescentando que “na Europa laica ignora-se muitas vezes o poder e a ajuda da oração e da fé”.

Para D. António Vitalino “a fé em Deus, a educação moral e religiosa e a família contribuem para evitar tragédias” como a que ocorreu nos EUA.

“Sem abertura à transcendência, na fé, sem a experiência de amar e ser amado desde a conceção e o nascimento, o que apenas pode acontecer em famílias estruturadas, reina o egoísmo coletivo e o bem comum torna-se o parente pobre da vida social, laboral, económica e política”, sustenta o prelado, que acrescenta: “Não nos admiremos com a situação presente. Mas não pactuemos com ela”.

RJM

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