Modelo de vida sacerdotal «é uma autêntica contra-cultura»

Bispo da Guarda fala abertamente do desafio de ser padre, nos dias de hoje

Perante a sociedade actual, marcada “pela cedência ao materialismo e ao pragmatismo”, voltada “para a valorização do efémero” e que onde se faz passar a mensagem de que o centro está “no indivíduo e na satisfação dos seus interesses”, a opção pelo sacerdócio como modelo de vida surge como “uma autêntica contra-cultura”.

Esta ideia é defendida pelo bispo da Guarda, na sua mensagem para a Semana dos Seminários, que a Igreja assinala até ao próximo Domingo, dia 14 de Novembro.

Para D. Manuel Felício, “são muitos o que continuam a pensar e a dizer, ou até mesmo a propor modelos educativos que marginalizam a Igreja” e os valores que ela procura difundir, “decisivos para a humanização da sociedade”.

“Num mundo e numa Europa que se querem novos, a necessidade do Sacerdócio Católico está a crescer”, considera D. Manuel Felício, desafiando os jovens a colocarem este caminho entre as suas hipóteses de escolha vocacional.

Para levar a cabo a sua missão, “a Igreja precisa de padres”, reforça o prelado, que se mostra, no entanto, consciente de que o convite que é feito aos jovens de hoje, para entrarem no Seminário, não acarreta facilidades.

Primeiro, porque os jovens candidatos “estão sujeitos às mesmas solicitações dos outros jovens”, e são afectados por “debilidades e tentações comuns aos outros”, explica o bispo da Guarda.

Depois, sublinha ainda, porque a própria Igreja “não pode apresentar só bons exemplos da parte daqueles que já são sacerdotes ordenados”.

“Há limitações e mesmo erros efectivamente cometidos por nós que já estamos no exercício do Ministério Sacerdotal, que não escondemos àqueles que se propõem seguir o mesmo caminho de serviço à Igreja e por ela à comunidade humana em geral”, conclui o prelado.

A Igreja Católica em Portugal celebra entre 7 e 14 de Novembro a  Semana dos Seminários, este ano dedicada ao tema “Seminário, comunidade dos discípulos de Cristo e irmãos no presbitério”.

Os últimos dados disponibilizados pela Santa Sé mostram que os seminaristas de filosofia e teologia no nosso país são menos, nos últimos anos: de 547, entre diocesanos e religiosos, no ano 2000, passou-se para 444 em 2008 (menos 19%). Lisboa, Porto, Braga, e Funchal são as dioceses com mais candidatos ao sacerdócio.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top