Moçambique: D. Diamantino Antunes alerta para aumento da violência em Cabo Delgado

Missionário português fala em «dezenas de aldeias atacadas»

Lisboa, 10 mai 2024 (Ecclesia) – O bispo português D. Diamantino Antunes, responsável pela Diocese de Tete, alertou para a “intensificação” da violência terrorista sobre as populações de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

O missionário fala em “dezenas de aldeias atacadas”, com a “destruição de infraestruturas públicas e sociais, nomeadamente capelas”, em declarações enviadas à Agência ECCLESIA pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

O responsável católico lança um apelo para a ajuda imediata, através da campanha lançada em Portugal pela fundação pontifícia.

A mais recente onda de violência no norte de Moçambique onde actuam grupos terroristas que reivindicam pertencer ao Daesh, a organização jihadista Estado Islâmico, terá causado, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 50 mil novos deslocados entre os dias 17 de abril a 1 de maio nos distritos de Ancuabe, Chiúre e Erati.

“Desde o final do ano passado dezenas de aldeias foram atacadas, houve pessoas raptadas e mortas, destruição das infraestruturas públicas e sociais e também infraestruturas da Igreja, nomeadamente capelas. Aumentou o número de pessoas deslocadas, que deixaram as suas casas sem nada e precisam neste momento de tudo”, explica D. Diamantino Antunes.

Precisamos de socorro! Este é um grito à solidariedade para com a Diocese de Pemba que está, desde há anos, na primeira linha na ajuda às vítimas da violência que assola a região desde 2017 e que, infelizmente, se intensificou nestes últimos tempos”.

Edegard Silva, missionário em Moçambique, enviou uma mensagem à Fundação AIS, na qual refere que “a população vive um clima de terror e instabilidade”.

“Com os constantes ataques aumentou a população deslocada. Se aumenta a população deslocada aumenta também a fome, a pobreza, a insegurança e tantas outras situações. Neste contexto, a comunidade católica desempenha um papel fundamental na sustentação espiritual e material dos seus fiéis. É fundamental o nosso apoio”, observa o sacerdote.

Moçambique é apresentado como “um país prioritário” para a Fundação AIS, no continente africano, com a oferta de “ajuda de emergência, projetos de assistência pastoral e de apoio psicossocial às populações vítimas do terrorismo, mas também fornecimento de materiais para a construção de dezenas de casas, centros comunitários e ainda a aquisição de veículos”.

OC

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