Moçambique: Bispos portugueses manifestam solidariedade à Diocese de Pemba

Situação no distrito de Muidumbe é considerada «crítica» e «muito instável» pelo episcopado local

Fátima, 14 nov 2020 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou hoje a sua solidariedade à Diocese de Pemba, no norte de Moçambique, após os recentes episódios de violência que se verificaram na província de Cabo Delgado.

“A situação da diocese de Pemba esteve presente nas preocupações e na oração desta Assembleia, que lhe expressa a sua solidariedade e apela ao governo de Moçambique e às instituições internacionais para a devida solução dos seus graves problemas”, refere o comunicado conclusivo da reunião dos bispos católicos, que decorreu em Fátima.

D. José Ornelas, presidente da CEP, disse aos jornalistas que é preciso travar a “progressão” da violência que se alastrou a partir de outros países africanos, por causa da “falta de presença efetiva de segurança, de meios de subsistência”.

“A nossa voz junta-se a outras, a nível da Igreja, e às diligência que estão a ser feitas para procurar encontrar soluções”, declarou.

Esta sexta-feira, a Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) classificou hoje como “crítica” e “muito instável” a situação no distrito de Muidumbe, Cabo Delgado, de onde emergiram há uma semana relatos de assassinatos que incluem decapitações.

“A perceção que temos é que é uma situação bastante desoladora, que necessita de uma intervenção um pouco contundente para clarificar o que se passa, mas primeiramente há que encontrar um modo de acolher toda essa gente” em fuga do distrito, referiu D. João Carlos, bispo de Chimoio (capital provincial de Manica, centro de Moçambique), em conferência de imprensa, citado pela Lusa.

A crise humanitária no norte do país, com dois mil mortos e 435 mil deslocados, foi um dos principais temas da II Assembleia Ordinária Anual da CEM.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, mostrou-se “chocado” com os “recentes relatos de massacres perpetrados por grupos armados não estatais em várias aldeias na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, incluindo a decapitação e rapto de mulheres e crianças”.

A comissão organizadora do Jubileu dos 800 anos de Santo António vai lançar em Coimbra, este domingo, uma campanha de solidariedade com as vítimas da guerra em Cabo Delgado, visando angariar fundos para a Cáritas da Diocese de Pemba, naquele país africano.

Em setembro, o Centro Missionário da Arquidiocese de Braga (CMAB) juntou-se à campanha ‘Juntos por Cabo Delgado’, com atenção particular aos deslocados internos das comunidades atacadas pelos insurgentes.

OC

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