Moçambique: Bispo de Tete diz que «populações conseguiram proteger-se mais» da tempestade tropical Ana

Fundação Ajuda à Igreja que Sofre dá conta da preocupação dos bispos das regiões mais afetadas

Lisboa, 28 jan 2022 (Ecclesia) – O bispo da Diocese moçambicana de Tete, D. Diamantino Antunes, lamentou a “situação triste” dos efeitos da tempestade tropical Ana, explicando que foram particularmente atingidos, mas a destruição foi menor da passagem do Ciclone Idai, em 2019.

“Esta foi uma situação triste, uma réplica do que aconteceu em 2019 com o Idai, mas, graças a Deus, desta vez foi de dia e as populações conseguiram proteger-se mais”, disse o missionário português à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, pelo secretariado português da AIS, D. Diamantino Antunes recordou que do ponto de vida humano o Ciclone Idai “foi mais dramático”.

Segundo o bispo de Tete, os afluentes do rio Zambeze transbordaram e “ficou destruída uma ponte vital para a ligação ao norte da província”, adiantando que o balanço geral das consequências da tempestade tropical Ana ainda está longe do fim.

A tempestade tropical Ana atravessou algumas regiões de Moçambique tendo afetado a parte norte da região centro e a região norte do país, em especial a província de Nampula, a 24 de Janeiro, tendo-se, depois, dirigido para oeste, afetando significativamente as províncias da Zambézia e Tete.

O bispo de Quelimane (Zambézia) contextualizou que “chovia torrencialmente”, desde o dia 22 de janeiro, as bacias dos rios encheram e “transbordam arrastando tudo, desde pessoas, casas e outros bens até as machambas” (terreno agrícola, ndr).

D. Hilário Massinga, explicou ao responsável de projetos da Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre para Moçambique, há prejuízos avultados, nomeadamente nas infraestruturas.

“Começamos a receber notícias das nossas paróquias e comunidades. Estamos ainda com sérias dificuldades para avaliar as situações porque os distritos estão isolados: Estradas cortadas ou ainda galgadas pela água, árvores tombadas nas estradas e sobre as casas, e muitas casas desabadas”, referiu.

Em Nampula, o bispo diocesano, D. Inácio Saure, adiantou à AIS que a maior preocupação estava nos distritos costeiros onde a situação “é muito séria”.

Esta quarta-feira, o diretor da Cáritas de Moçambique contabilizava, “com dados preliminares”, que na província de Nampula “mais de 24 mil pessoas foram afetadas, mais de 1200 casas foram totalmente destruídas, 4211 parcialmente destruídas, e muitas infraestruturas destruídas”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, Santos Gotine apelou à solidariedade.

Já a organização OIKOS – Cooperação e Desenvolvimento estimava que a tempestade tropical Ana fosse afetar 60 mil pessoas, com os campos alagados e as culturas destruídas, a situação irá “agravar a fome nos próximos meses”.

CB/OC

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