Missão não é exclusivo dos religiosos

Missionários da Consolata perspectivam futuro A Missão é um dever de todos na Igreja e não um monopólio dos Institutos Religiosos, que devem partilhar responsabilidades e protagonismos. Esta é uma das ideias fortes resultantes do capítulo da província portuguesa dos Missionários da Consolata que juntou, na semana passada em Fátima, 33 participantes: os padres e irmãos que trabalham em Portugal, bem como os superiores de Itália e Espanha, que representam as suas províncias; participaram ainda representantes das Irmãs da Consolata e dos Leigos Missionários da Consolata, que tomaram parte como observadores. O Pe. Norberto Louro, Superior provincial da Consolata, refere ao Programa ECCLESIA que o Instituto continua a ter duas prioridades fundamentais: a animação missionária e a “inserção nos problemas existentes” na Europa e em Portugal. “Antigamente partia-se para a missão. Agora sabemos que ela é aqui, também”, assinala. A animação missionária é feita nas paróquias, nas instituições, nas associações e grupos de jovens, para além da promoção vocacional. Em Portugal, a presença da Consolata é também visível numa missão “ad gentes” no bairro do Zambujal, onde procuram “lidar com as várias etnias presentes”, para fazer de todos “um povo só”. Para o Superior provincial da Consolata, é fundamental descobrir que a Missão “não se pode entregar esta tarefa apenas aos missionários e aos Institutos que nasceram para isso”, ajudando-os “de longe”. “Actualmente a Missão tem outros paradigmas. Nós não temos o seu monopólio, porque também não seriámos suficientes para isso”, admite, perante problemas como a falta de vocação e o envelhecimento dos missionários. O trabalho, por isso, faz-se em rede, promovendo “parcerias com todas as forças missionárias”, bem como com todos os que “trabalham pelo homem”. A participação de leigos nesta rede missionária já inclui um grupo de 20 pessoas. A Missão da Consolata passa, ainda, por dar voz a quem é explorado ou a quem sofre por causa da fome, da exploração e das injustiças. “Nós queremos dar-lhes voz, não os queremos substituir em nenhuma área. Há grupos organizados que querem sair do silêncio e procuram maneiras de se manifestar para que os seus direitos sejam reconhecidos”, aponta o Pe. Norberto Louro, que lembra os que “morrem aos milhões, como voz da morte, da injustiça, da desigualdade económica, das leis negativas da globalização”.

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