Missão: Jovem guineense volta ao seu país para ajudar e «ser um exemplo»

Ntamessa Clusse espera levar para Bissau o que «recebeu» ao longo de 10 anos em Portugal

Fátima, Santarém, 09 jul 2014 (Ecclesia) – Ntamessa Clusse, jovem da Guiné-Bissau em Portugal há 10 anos, prepara-se para voltar em agosto ao seu país, integrada num grupo de voluntários missionários ligados à congregação dos Espiritanos.

Em declarações à Agência ECCLESIA, a jovem mostra-se entusiasmada com a perspetiva de poder ir para a “sua terra” e ajudar as comunidades locais, sobretudo as gerações mais novas a verem “que vale a pena lutar por aquilo em que acreditam”.

“Vai ser muito bom”, sublinha Ntamessa Clusse, que quer também “ser um exemplo” para os seus compatriotas e levar-lhes “um pouco daquilo que recebeu” em Portugal, no “país que a acolheu”.

A porta para a missão em Bissau, que vai prolongar-se durante todo o mês de agosto, foi aberta através da ligação da jovem guineense aos ‘Jovens Sem Fronteiras’ (JSF).

Fundado há 31 anos, este movimento integrado na Congregação dos Missionários do Espirito Santo desafia os mais novos a darem um pouco do seu tempo, sobretudo nas férias, para implementarem projetos solidários junto de comunidades mais desfavorecidas ou isoladas, em Portugal e nos países lusófonos.

As iniciativas, denominadas ‘Pontes’, tem a colaboração dos missionários espiritanos no terreno e a ajuda logística da organização não governamental ‘Sol Sem Fronteiras’.

Ntamessa Clusse está nos JSF há 5 anos e realça que foi enquanto “catequizanda” de uma das formadoras do movimento que o “bichinho” da missão começou a entrar.

Depois de ter feito “uma Ponte em Angola”, essa rapariga “veio com as fotos” e mostrou-as à jovem guineense, despertando nela recordações antigas e uma vontade imensa de ajudar.

“Essas fotos representaram muito porque já tinha vivido aquela situação, sei como é viver em África”, frisa Ntamessa Clusse.

A missão dos ‘Jovens Sem Fronteiras’ em Bissau vai ter como prioridade principal a área da Educação, que na Guiné apresenta grandes carências.

Ntamessa Clusse estudou no seu país até ao 8.º ano e recorda-se que a realidade do ensino era “muito complicada”.

“Aquilo que vamos tentar é levar informação, mesmo aos professores, ensinar-lhes como é que se prepara a lição, como é que se prepara as coisas, porque algumas das pessoas que vão connosco também são professores”, adianta.

Outra preocupação dos voluntários missionários será a área da Saúde, com o fornecimento de formação em “cuidados básicos”.

JCP

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