Missão em Messines ajudou a aprofundar a Palavra

A paróquia de São Bartolomeu de Messines viveu, de 1 a 18 de Fevereiro, uma experiência missionária realizada por um grupo de quatro missionários da congregação do Santíssimo Redentor. O encerramento da missão e a despedida dos missionários redentoristas ocorreu no passado domingo, na celebração da Eucaristia das 10.30 horas, participada por muitos membros dos diversos lugares da comunidade que encheram por completo a igreja paroquial. Na homília, o padre Manuel Acácio Matos, um dos sacerdotes da equipa missionária, também responsável nacional pelas Missões Redentoristas, salientou a importância daquela experiência não só como “ponto de chegada”, mas sobretudo como “ponto de partida”. “O que se viveu em comunidade durante estes dias podemos entendê-lo como um ponto de chegada. Foram 18 dias de evangelização, de convivência em que saboreámos o que é ser Igreja pela presença dos cristãos. Isto levou-nos, a todos, a uma certa desinstalação, a uma entrega, doação e alguns sacrifícios. Mas temos de voltar à missão, aprofundando-a e projectando-a para o futuro. Ela tem de ser para nós um grande ponto de partida”, afirmou, incentivando os paroquianos a “continuar a caminhar e a fazer germinar as sementes da Palavra que foram lançadas”. “Não podemos deixar morrer este processo lindo e transformador da comunidade. Seria uma grande pena e teria sido em vão”, complementou, procurando resumir os 18 dias de missão em Messines. Estivemos aqui tentando gerar um projecto de comunidade nova, renovado no seu modo de ser Igreja e de comunicar as Bem-aventuranças que são o coração do Evangelho”, referiu. Para o padre Acácio Matos, a receita para fazer da missão “ponto de partida” passa por três níveis distintos. “Algo de novo tem de acontecer ao nível da vivência da nossa fé”, constatou, pedindo: “não dei-xeis que vos ‘cortem’ a língua. Não sejais cristãos envergonhados. Não sejais fiéis da Igreja passivos ou espectadores desinteressados”. “Esta comunidade também é convidada a renovar a sua vida de oração. Esta oração é importante para que a comunidade não seja uma comunidade vazia, sem o Espírito de Deus e sem espiritualidade”, sublinhou, aludindo ao segundo nível. Por último, realçou a dimensão sócio-caritativa. “Temos também de insistir muito no sócio-caritativo porque a Igreja tem de ir ao encontro da sociedade e não pode esquecer as necessidades dos seus pobres, doentes, débeis, desprotegidos e ruídos pela solidão. A Igreja tem de ter aí uma presença solidária, luminosa, descomplexada e de promoção das pessoas”, concluiu. À FOLHA DO DOMINGO, o padre Acácio Matos explicou que, justamente com os restantes missionários, os padres Silvério da Silva, Benjamim Morais e António Teixeira, tomaram conta das 4 zonas da paróquia e dinamizaram o contacto com a Sagrada Escritura. “A missão ajudou a comunidade cristã em encontrar-se mais seriamente com a Palavra de Deus”, realça. Por outro lado, destaca o missionário, as pessoas “sentiram a Igreja como uma realidade mais próxima e sensível”. O sacerdote explica que, na primeira semana, “os pequenos grupos, as assembleias familiares cristãs, funcionaram um pouco como ‘âncora’, sobretudo para aquelas pessoas que estavam afastadas da comunidade”. “A segunda semana foi de anúncio mais querigmático da Palavra de Deus nos diversos centros”, esclarece, testemunhando que “as pessoas foram muito abertas e solícitas”. “Este foi um trabalho que nos surpreendeu enormemente”, considerou. O pároco de Messines também faz um balanço positivo e assegura que a iniciativa “foi uma lufada de ar fresco” para a paróquia. “A comunidade saiu enriquecida e ganhou novas perspectivas”, entende o padre Augusto de Brito. O sacerdote considera que a paróquia conseguiu ir ao encontro do Programa Pastoral da diocese. A missão “foi a concretização intensiva daquilo que o Programa Diocesano de Pastoral propunha ao longo do ano: a criação de pequenos grupos bíblicos”. “Agora a aposta é conseguir que isto se mantenha, porque as pessoas estão bastante entusiasmadas e que daqui surjam algumas capazes de assumir outras responsa-bilidades que até aqui não têm querido”, complementa. Não obstante esta avaliação, o sacerdote confessa que o resultado final não era bem o que esperava quando solicitou a missão. “Contava que a missão conseguisse chegar a muito mais gente, sobretudo a pessoas que não estão ligadas à Igreja, mas aí senti uma grande barreira de muitos cristãos que puseram logo de parte a ideia. Foi negativo alguns cristãos não entenderem que a missão era não só para eles, mas também para as pessoas do exterior”, concretiza o prior, apontando o dedo ao “cristianismo tradicional e fanático que não permite perceber que só nos salvamos se salvarmos os outros”. Pese embora este aspecto, o padre Augusto Brito reconhece que “nalguns sítios esse objectivo foi atingido e surgiram famílias que não estavam ligadas à Igreja”. O pároco prometeu ainda uma atenção especial para com os lugares de Perna Seca, Foz do Ribeiro e Ribeira de Arade, na zona norte, que não têm sentido a assistência do pároco tão efectiva, consequência da área extensa da paróquia de Messines, a maior do Algarve, que se estende por cerca de 250 quilómetros quadrados.

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