Refugiados: «Às vezes estamos mais predispostos para acolher o coitadinho» – Diretora da OCPM

«Partilhar a viagem» foi o tema do debate entre representantes da Obra Católica Portuguesa de Migrações e da Cáritas

Lisboa, 13 jan 2018 (Ecclesia) – A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) disse à Agência ECCLESIA que é necessário acolher os migrantes e os refugiados como alguém com a mesma dignidade e confirmar se as políticas estão a ser aplicadas.

“Às vezes estamos mais predispostos para acolher o coitadinho. É preciso acolher aquele que vem que, mesmo precisando, também tem uma dignidade igual à nossa”, afirmou Eugénia Quaresma no Encontro de Agentes Sociopastorais das Migrações.

A diretora da OCPM lembrou que é necessário promover um “olhar positivo sobre a pessoa em contexto de mobilidade”, valorizando o “potencial de construção” de cada uma, e concretizar boas práticas políticas.

“Se a política está no topo, é preciso ver se está a ser implementada no terreno e combater as desigualdades.

“Partilhar a Viagem: acolher, proteger, promover e integrar migrantes e refugiados” é o tema do Encontro da Agentes Sociopastorais das Migrações” que decorre no Seminário de Alfragide, em Lisboa, entre os dias 12 e 14 de janeiro.

“Acolher, proteger, promover e integrar é a grande roda no partilhar a viagem”, considera Eugénia Quaresma, acrescentando que “o que faz esta roda andar, para os cristãos, é o amor e a misericórdia”.

Para o presidente da Cáritas Portuguesa, é necessário abandonar a conceção “utilitarista” do fenómeno migratório e assumir o conceito de família global.

“Não podemos olhar paras migrações porque é preciso mão de obra, porque a Europa envelheceu ou porque há conflitos armados entre países e as pessoa têm que fugir da morte”, alertou Eugénio Fonseca.

“Temos de interiorizar que somos uma família. O mundo é um planeta onde todos devem ter lugar, com orientações organizativas que levem a uma boa partilha de recursos que pertencem a todos”, acrescentou.

O presidente da Cáritas Portuguesa recordou que “emigrar deve ser uma oportunidade” e que as “migrações só são más quando são forçadas”.

“Quando são opções, se forem bem acolhidas, tornam-se enriquecimento porque na diversidade das culturas acontece um crescimento cultural e civilizacional”, concluiu.

O Encontro de Agentes Sociopastorais das Migrações termina este domingo com a celebração do Dia Internacional do Migrante e refugiado.

PR

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