Migrações: Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos apela à «dignidade de todos os seres humanos»

Mensagem da Ação Católica do Japão manifesta preocupação pela guerra na Ucrânia e pelos estagiários técnicos estrangeiros no país

 

Lisboa, 15 dez 2022 (Ecclesia) – O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) alerta para a exploração e discriminação de migrantes e refugiados “nos seus locais de destino” apelando a “viver a fraternidade universal”, na sua mensagem para o Dia Internacional dos Migrantes.

“Os migrantes e refugiados devem ser tratados com respeito e dignidade. Acreditamos que é importante assegurar que as famílias não sejam separadas, que sejam protegidas do risco do tráfico de seres humanos e tenham a oportunidade de viver com tranquilidade”, refere o documento enviado hoje à Agência ECCLESIA pela Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) de Portugal.

‘Viver a fraternidade universal com os Migrantes e Refugiados’ é o tema da mensagem do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos para o Dia Internacional dos Migrantes 2022, uma data que se comemora a 18 de dezembro, por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

O coordenador nacional da LOC/MTC Portugal, Américo Monteiro, assinala que esta mensagem se foca “numa realidade muito concreta”, apresenta a problemática e os apelos sobre as migrações e “as obrigações de todos”.

“Os migrantes e refugiados são explorados e discriminados nos seus locais de destino. É necessário promover o desenvolvimento sustentável e assegurar a dignidade de todos os seres humanos, incluindo os migrantes”, lê-se na mensagem que este ano foi escrita pela Ação Católica do Japão (ACO).

O Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados – ACNUR contabiliza que “mais de 100 milhões de refugiados em todo o mundo foram forçados a fugir das suas casas”, por causa das perseguições e violências, causadas por conflitos e guerras civis, neste ano de 2022.

A ACO informa que devido à invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro deste ano, “cerca de 2000 pessoas terão ido para o Japão” a 12 de outubro, destas cerca de 400 têm menos de 18 anos de idade, o governo japonês considera as pessoas em fuga deste país do leste da Europa ‘pessoas deslocadas’ para as distinguir dos “refugiados”, e são aceites temporariamente “ao abrigo da Convenção sobre Refugiados ou da Lei de Controlo da Imigração, com uma medida especial”, “os ucranianos, beneficiam de um nível de proteção sem precedentes”.

A organização católica japonesa adianta que “trabalham muitos estrangeiros” neste país e dá conta que, recentemente, “o número de estagiários técnicos estrangeiros tem aumentado”, projeto criado com o objetivo de “transmissão de competências” tem sido “fortemente criticado” pela comunidade internacional como “centro de tráfico de pessoas e um sistema de escravatura”.

“Estes estagiários técnicos não são uma mão-de-obra descartável. São jovens e seres humanos importantes, responsáveis pelo futuro”, alerta na mensagem para o Dia Internacional dos Migrantes, onde partilham uma oração do Papa Francisco.

A Ação Católica do Japão sublinha a preocupação “com a situação na Ucrânia, invadida pela força”, e com os crimes de ódio no seu país, “atos motivados por discriminação e ódio racial, religioso, etc”, e vai continuar a trabalhar com sindicatos e outros grupos cívicos para “proteger os direitos humanos dos trabalhadores japoneses e dos estagiários técnicos estrangeiros”.

CB

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