Migrações: Manifestações extremistas e exploração humana no centro das preocupações da Igreja (c/vídeo)

Obra Católica Portuguesa de Migrações apela à responsabilidade da empresas e à integração de todos na sociedade portuguesa

Lisboa, 12 ago 2020 (Ecclesia) – A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações afirmou hoje a preocupação por “manifestações extremistas” que “afetam a saúde da sociedade” e apela à consciência e responsabilidade social de empresas que “trazem trabalhadores de países longínquos”.

“Temos acompanhado com preocupação as manifestações extremistas que se agravam nas redes sociais e que, tal como incêndios, afetam severamente a ecologia humana e a saúde da nossa sociedade. Temos acompanhado com tristeza as notícias de exploração humana que vamos conhecendo graças à comunicação social e à investigação silenciosa das forças policiais que vão desmantelando as redes de tráfico no nosso pais. Este flagelo interpela a nossa consciência e por isso fazemos apelo à responsabilidade social das empresas e aos angariadores que trazem trabalhadores de países longínquos”, afirma Eugénia Quaresma numa mensagem gravada em vídeo por ocasião da peregrinação de agosto dos migrantes ao santuário de Fátima, que hoje tem início.

A OCPM quer reafirmar a “esperança nas investigações e na justiça”, capazes de trazer “a paz” e a “proteção todos os residentes”, para que se sintam “pertença, independentemente da sua nacionalidade”.

Eugénia Quaresma destaca que a semana das migrações, que decorre nestes dias, celebra por ocasião da peregrinação aniversaria de agosto, um dos seus pontos altos, partilhando com o Santuário de Fátima, a intenção de “dar visibilidade ao calor da diáspora portuguesa”.

“Quem escuta os peregrinos oriundos da diáspora sabe como é importante vir e estar no santuário de Fátima, verdadeiro altar do mundo, que sacia a sede e retempera as forças, ilumina, inspira no agir quotidiano, muitas vezes duro no mundo das migrações. É neste refúgio que recebe o consolo e o conforto de uma mãe. Quem escuta o mundo, as suas angústias e inquietações não é capaz de ficar indiferente, ainda que não se pronuncie. Sem a pretenção de dar respostas temos acompanhado as iniciativas de solidariedade da sociedade civil e instituições da Igreja e acompanhamos a implementação das medidas legislativas do governo dirigidas à população migrante neste esforço de não deixar ninguém para trás”, valoriza.

A peregrinação que tem hoje início, em Fátima, vai ser presidida pelo presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. José Traquina, e leva intenções de oração pelo mundo.

“Nestes dias queremos rezar pelos estados que não são capazes de proteger os seus cidadãos, queremos rezar pelo fim da violência e perseguição que tem provado tantas deslocações forçadas pelo mundo, de modo particular por Cabo Delgado em Moçambique”, destaca Eugénia Quaresma.

Num ano atípico, provocado pela pandemia do Covid-19, a diretora da OCPM destaca ainda intenções de oração pelas famílias “afetadas pelo coronavirus”, pelos que etsão em luto e pelos que “estão forçados a não se encontrar neste verão”.

“Rezamos pela conversão de coração de tantos que exploram, de tantos que perseguem, dos indiferentes e de tantos que por medo ou preconceito se fecham às relações de fraternidade”, indica.

Ao invés da habitual conferência de imprensa, Eugénia Quaresma destaca a divulgação desta mensagem através do vídeo bem como outros conteúdos que a OCPM tem proposto através das redes sociais, “dinamizando alguns verbos” que possam contribuir “para semear a esperança, aprender com o passado, olhar e escutar o que se faz, estimular a participação de todos na edificação da nossa casa comum”.

“Acreditamos que ao colocar em ação o amor, podemos combater o ódio; ao partilhar a diversidade descobrimos a essência que nos une e só ousando curar e reconciliar a memória, podemos trilhar um futuro conjunto e forjar uma cidadania verdadeiramente global”, finaliza.

A Igreja Católica em Portugal promove até ao dia 16 de agosto a Semana Nacional de Migrações, inspirada pela mensagem do Papa Francisco, ‘Forçados, como Jesus Cristo a Fugir’, aludindo à mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, a ser celebrado a 27 de setembro.

LS

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