Migrações: António Vitorino apela a vacinação contra a Covid-19 das populações nos países em vias de desenvolvimento

Diretor geral da Organização Internacional para as Migrações abriu encontro do Fórum das Organizações Católicas para a Imigração e Asilo no Dia Internacional dos Migrantes

Foto Agência Ecclesia/HM; António Vitorino e Eugénia Quaresma

Lisboa, 18 dez 2021 (Ecclesia) – O Diretor geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM) pediu hoje que a vacinação da população contra a Covid-19 seja avaliada em função “do risco e não da nacionalidade”.

“A taxa de vacinação das populações dos países em vias em desenvolvimento, com pelo menos uma dose é de 7.46 %; nos países desenvolvidos a taxa é de 63.8%. Reconhecendo e sublinhando o contributo dos migrantes na linha da frente na pandemia, a inclusão dos migrantes na vacinação deve ser avaliada no risco e não na nacionalidade”, pediu António Vitorino numa mensagem gravada em vídeo, divulgada no encontro do Fórum das Organizações Católicas para a Imigração e Asilo (FORCIM) que hoje assinala o Dia Internacional dos Migrantes.

O responsável pela organização internacional sublinhou que o impacto das migrações “afetará todas as regiões do mundo”, falando em “281 milhões de migrantes internacionais”.

“Motivados por fatores voluntários ou forçados, por motivos económicos, de conflito ou pobreza extrema, por desastres ambientais, as pessoas são empurradas para fora da sua casa e enfrentam riscos e o tráfico, por isso, as migrações afetarão todas as regiões a uma escala mundial”, referiu.

António Vitorino quis ainda sublinhar o contributo que os migrantes, “com os seus conhecimentos, redes e competência”, dão para construir “comunidades mais fortes e resilientes”.

“Não deixemos naufragar a civilização e apostemos em sublinhar os benefícios de uma gestão ordenada da emigração, como a OIM tem feito”, sublinhou.

A iniciativa do FORCIM, com o tema «Rumo a um Nós cada vez maior», decorre esta manhã na Fundação Calouste Gulbenkian.

Na sessão de abertura, a Secretária de Estado para a Integração e as Migrações, deu conta que em Portugal vivem “cerca de 190 nacionalidades, um capital social a maximizar em termos culturais, económicos, demográficos e linguísticos”.

Cláudia Pereira falou do esforço do governo para “incluir em todas as medidas os migrantes e refugiados, seja em áreas de emprego, habitação, saúde”, com uma “estratégia para assegurar que a informação chega aos emigrantes, e de forma a remover obstáculos para promover a regularização”.

A responsável valorizou a assinatura do Pacto Global para as Migrações, que permitiu um “trabalho em rede mais eficaz e célere” possibilitando que, no tempo de confinamento em Portugal, os “migrantes não ficassem para trás e obtivessem os mesmos apoios dados aos portugueses”.

Cláudia Pereira quis ainda sublinhar o acolhimento de 764 refugiados afegãos que se tornou possível com o contributo das “câmaras municipais e entidades da sociedade civil”, afirmou que Portugal acolheu este ano 1241 em situação de refugiados, e indicou a vacinação contra a Covid-19 de 516 mil cidadãos estrangeiros no nosso país.

D. Daniel Henriques, da Comissão episcopal da pastoral Social e da Mobilidade Humana valorizou o trabalho de instituições que “os dias deitam mãos à obra procurando restituir luz a estas vidas”.

“Afirmamos o compromisso de contribuir para o diálogo e soluções partilhados, com base nos quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar”, destacou.

O encontro será encerrado pelas 13h com a divulgação de uma mensagem do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

LS

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