Mensagem de D. António Marto à Diocese de Leiria Fátima

SAUDAÇÃO À DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA 1 – Servidor da Alegria do Evangelho O Santo Padre Bento XVI escolheu este vosso irmão, “simples e humilde trabalhador da vinha do Senhor”, para bispo da diocese de Leiria-Fátima. Foi com total surpresa que recebi a nomeação, como vontade expressa do Santo Padre. Estava completamente fora de toda a minha previsão, uma vez que apenas há dois anos fui nomeado bispo de Viseu. Agradeço ao Santo Padre a prova de confiança na minha pessoa e testemunho-lhe o meu afecto filial. Não posso esconder-vos que a aceitação da nomeação me custou alguma dor, pois como bispo de Viseu amei e amo esta Igreja particular. Agora é-me pedido dedicar-me totalmente a vós. É uma mudança que aceito e vivo na fé, em obediência à vontade do Senhor – que conduz a história segundo o Seu misterioso desígnio salvífico – e com a disponibilidade tão belamente formulada por S. João Crisóstomo: “Senhor, seja feita a vossa vontade; não o que quer este ou aquele, mas o que Vós quereis que eu faça… Se Ele quer que eu permaneça aqui, fico-lhe agradecido; se me chama para qualquer outro lado, sempre lhe darei graças” (Ofício de Leitura). Como Abraão vou para onde Deus me chama, para vos amar com todo o coração, com a inteligência e o afecto, com a fé e a caridade. Vou pois para junto de vós com muita serenidade, com humildade e alegria, na consciência dos meus limites e na confiança incondicional em Deus, para associar a minha vida à vossa e convosco caminhar na fé ao serviço da alegria do Evangelho, segundo o lema do meu ministério episcopal: “Servidores da vossa alegria” (2 Cor 1, 24). Quero continuar a realizar este ministério como sempre “com alegria e não gemendo” (Heb 13, 17). De imediato, tenho, diante de mim, como tarefa prioritária conhecer a venerável Igreja diocesana de Leiria-Fátima – que se torna também a minha Igreja – com a sua fisionomia cultural e espiritual própria. Estou certo de que me ajudareis porque nada há de mais precioso que o conhecimento mútuo no diálogo e na transparência. 2 – Uma saudação para todos Hoje quero dirigir-vos uma primeira palavra de saudação: Salvé, querida diocese de Leiria-Fátima! Eu te saúdo com todo o afecto e no amor de Jesus Cristo! Saúdo-vos a todos com as palavras do Apóstolo Paulo aos Romanos: “Desejo ardentemente ver-vos para vos comunicar algum dom espiritual a fim de que sejais reconfortados; ou melhor, para me reconfortar convosco e entre vós, mediante a fé que temos em comum, vós e eu” (Rom.1,11). A minha saudação quer entrar em cada casa das aldeias, vilas e cidades da nossa Diocese e chegar a todos aqueles que o Senhor me confiou. Ela quer chegar a cada família, em especial àquelas que vivem qualquer tipo de dificuldade; exprime-se num simples “olá, amiguito(a)” dirigido a cada criança; manifesta-se como disponibilidade para a escuta e companhia para todos os jovens; torna-se encorajamento e partilha de responsabilidade para os adultos; faz-se veneração afectuosa para os idosos, proximidade a cada doente, amor preferencial a cada pessoa pobre, humilhada ou portadora de deficiência; ressoa como convite respeitoso, discreto e dialogante a todos os homens e mulheres de boa vontade que não partilham a mesma fé. Ninguém é estranho a esta saudação. Ninguém se sinta excluído do amor e do afecto que ela exprime e comunica. Gostaria que todos soubessem que, no amor do Senhor Jesus, amo e procurarei amar até ao fim esta Igreja que Ele me confiou, todos aqueles que a constituem e toda a pessoa que vive no seu território. A minha primeira saudação particular vai para o meu caro amigo e predecessor, Senhor D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva que tanto bem fez no seu ministério entre vós. Saúdo-o com fraternal e grato afecto. Sei que poderei usufruir dos frutos da sua competência, da sua fé e da sua generosidade e do conforto do seu conselho. Que o Senhor o conserve muitos anos entre nós! Desejo endereçar uma saudação de particular afecto ao Mons. Vigário Geral, ao Mons. Reitor do Santuário de Fátima, ao Il.mo Cabido, a todos os sacerdotes, aos religiosos e religiosas, aos institutos seculares, aos seminaristas, às paróquias, aos grupos e movimentos laicais. Ninguém estranhará que o bispo reserve uma palavra especial para os seus padres, os seus mais próximos colaboradores, com quem forma um só Presbitério. A todos e a cada um de vós, pois, meus caríssimos irmãos no único sacerdócio de Cristo, quero manifestar a minha especial estima e o meu profundo reconhecimento pela fadiga apostólica com que exerceis o vosso ministério. A vós dirijo uma palavra de encorajamento e de confiança no meio dos inevitáveis cansaços e dificuldades. Saúdo também cordialmente, e com toda a deferência, as excelentíssimas autoridades civis, militares, académicas e administrativas, que representam todos os cidadãos do território da Diocese, com o voto de uma leal e generosa colaboração. 3 – Sob a protecção de Nossa Senhora Asseguro-vos que, desde já, estais todos na minha oração. Peço também a todos vós a ajuda da oração e o acolhimento profundo da fé e do coração. Convosco confio a Diocese e a minha missão pastoral à protecção da Virgem Maria e ao seu amor materno, de quem sou profunda e ternamente devoto, tão venerada sob a invocação de Nossa Senhora de Fátima, Padroeira da Diocese. «A Senhora mais brilhante do que o sol», com a sua mensagem de compaixão, de consolação e de esperança, convida-nos e convoca-nos à contemplação da Beleza do Amor entranhado e misericordioso de Deus pela humanidade «que anseia por erguer-se do abismo». Por sua intercessão, o Senhor nos conceda uma verdadeira comunhão de pensamento, de olhar, de intenções e de metas. “De resto, irmãos, vivei na alegria, tendei à perfeição, animai-vos mutuamente, tende os mesmos sentimentos, vivei em paz. E o Deus do amor e da paz estará convosco” (2Cor. 13,11). A todos abençoo no Senhor, com imenso afecto! O vosso irmão bispo, + António Marto

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