Memorial a Jacinta Marto no Cemitério de Ourém

A 13 de Junho de 2008, aniversário da segunda aparição de Nossa Senhora em Fátima e também data celebrativa da entronização da imagem de Nossa Senhora na Capelinha das Aparições, foi benzido e inaugurado, no Cemitério de Ourém, um Memorial à Jacinta Marto, a pequena vidente de Fátima falecida em 20 de Fevereiro de 1920. Este gesto de homenagem à Pastorinha Vidente que foi beatificada junto com o seu irmão Francisco pelo Papa João Paulo II em 13 de Maio de 2000 foi uma iniciativa conjunta da autarquia municipal de Ourém e do Secretariado dos Pastorinhos, na pessoa do Rev. Padre Kondor, Vice-Postulador para a Causa da Canonização de Francisco e Jacinta Marto. O monumento recordará aos habitantes de Ourém e aos devotos que o visitarem, o lugar onde descansou durante quinze anos o corpo da bem-aventurada Jacinta Marto, até ao dia da sua transladação, em 12 de Setembro de 1935, para o Cemitério de Fátima, e posterior transferência para a Basílica de Nossa Senhora de Fátima, no Santuário de Fátima, em 30 de Abril de 1951. Foi uma cerimónia singela, como a pessoa que naquele momento era homenageada: a Jacinta. Participaram na inauguração do Memorial representantes das entidades oficiais e religiosas de Ourém e de Fátima, familiares dos Pastorinhos de Fátima e do Barão de Alvaiázere. Também o Santuário de Fátima esteve presente, na pessoa do seu Reitor e de outros responsáveis. No momento inicial, o Padre Luis Kondor sublinhou a importância do gesto. “Encontramo-nos hoje junto do jazigo da Família Alvaiázere que, em 1920, até 1935, guardou o corpo da pequena Jacinta. O Memorial que hoje se inaugura, recordará aos visitantes deste cemitério o local onde esteve depositado o corpo intacto da bem-aventurada Jacinta, que, na sua vida curta de quase 10 anos, foi templo do Espírito Santo, e que no último dia connosco gloriosamente ressuscitará”, afirmou agradecendo a aceitação e toda a colaboração da Câmara Muncipal de Ourém para que o Memorial fosse erguido, mesmo ao lado do jazigo da Família Alvaiázere, do lado esquerdo, à entrada do Cemitério de Ourém. De seguida, o sacerdote Dr. Luciano Cristino director do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima leu um apontamento histórico e documental sobre os últimos dias de vida da Jacinta, recordou o factos relacionados com a transferência do corpo para aquele cemitério e também o momento do funeral da pequena vidente. Recordou o Padre Dr. Cristino: «E o Padre Fernando Leite, o melhor biógrafo da Jacinta, escreveu: “Mais tarde, “com grande acompanhamento de que faziam parte pessoas de elevada categoria social que faziam o percurso a pé, debaixo de chuva” [talvez tenha acompanhado o Dr. José Pereira dos Reis, pároco dos Anjos, ou o seu coadjutor, Pe. José dos Anjos Gaspar Borges, que fez o assento de óbito], seguiu às 17.30 o préstito para a estação do Rossio, donde saiu em comboio de mercadorias, às 4 da madrugada, com destino à estação de Chão de Maçãs, actualmente denominada Fátima. Velavam a urna a Madre Godinho, a dedicada Madrinha de Lisboa, D. Maria da Conceição Ramos e mais outras duas senhoras, todas da capital. No cemitério de Fátima não havia jazigos. Eram tudo campas rasas. Por isso e porque a pequenina tinha mostrado desejos de não descer à terra [Nota 4: Assim o testificou o Dr. Eurico Lisboa, em carta de 22 de Fevereiro de 1920], o barão de Alvaiázere, a pedido do Dr. Formigão, ofereceu o jazigo da sua família em Vila Nova de Ourém”. (F. Leite, Jacinta de Fátima, p. 317-318].» Sobre o momento do funeral, com base na documentação existente, o Padre Luciano Cristino contou que: «No fim da tarde, quase noite, de 25 de Fevereiro de 1920, entrava neste cemitério um cortejo triste de algumas pessoas da Quinta da Alcaidaria e das Quintas da Mota e da Olaia, que tinham ido à estação de Chão de Maçãs buscar o corpo da pequenina Jacinta, uma das privilegiadas crianças que tinham visto o Anjo de Portugal e Nossa Senhora em Fátima.» Seguiu-se o momento da Benção e Inauguração propriamente ditos, efectuados pelo Bispo de Leiria-Fátima. Na ocasião, D. António Marto reiterou também a importância deste gesto de homenagem e de perservação da história, “Não há história sem memória e não há memória sem memoriais”, afirmou, e agradeceu à Autarquia de Ourém pelo facto de se ter associado à inauguração. “Jacinta fica ligada à cidade de Ourém para sempre. Fica bem a uma cidade elevar um memorial a uma criança, a uma santa. Que não tenham medo as autoridades do Estado – o Estado é laico mas a sociedade civil é religiosa – o Estado homenageia todos os seus cidadãos”, disse. Sobre a vida e o testemunho da pequena Jacinta, o Prelado de Leiria-Fátima destacou que “também os pequenos e humildes são capazes de intervir na história da humanidade e na da salvação”, e que a santidade “é a beleza espiritual” e “o maior contributo que os cristãos podem dar à história da humanidade”. Por último, tomou a palavra o Vice-presidente da Câmara Muncipal de Ourém, Vitor Frazão. “A Câmara Municipal de Ourém sente-se honrada com esta cerimónia singela e humilde que aqui estamos hoje a fazer”. Este responsável anunciou também que a Autarquia Municipal de Ourém, a construir os novos Paços do Concelho, preservará no actual edifício onde funciona a Câmara, o local onde os três videntes de Fátima foram interrogados. Também o imóvel “Casa do Adminstrador” será transformado em museu sobre as aparições.

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