Media: Ecossistema do silêncio

Igreja celebra, este domingo, o Dia Mundial das Comunicações Sociais

Lisboa, 19 mai 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica assinala este domingo o Dia Mundial das Comunicações Sociais, afirmando que o “silêncio” e a “palavra” são  partes dos processos de comunicação, nomeadamente quando em causa estão projetos de evangelização.

«Silêncio e palavra: caminho de evangelização» é o tema da mensagem de Bento XVI para esta jornada, onde o Papa sublinha que “o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo”.

No documento, o Papa afirma que, diante da “dinâmica atual da comunicação” frequentemente “feita por perguntas à procura de respostas” nos vários “motores de pequisa”, é necessário “um renovado anúncio de Jesus Cristo” através do “silêncio e palavra”, “ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja”.

Para Bento XVI, a comunicação exige “um ambiente propício”, uma “espécie de «ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons”.

Comentando a mensagem do Papa, o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, destacou a pressão que existe sobre esse “equilíbrio da comunicação”.

“A vertigem da pressa, a caça à manchete, a pressão das tiragens e dos shares, se calhar, pressionam mais que o desejável equilíbrio da comunicação e vão fazendo caminho, normalizam modelos”, assinalou D. Pio Alves, durante a sessão de apresentação do Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Analisando a mensagem do Papa, os programas 70×7 (RTP2) e Ecclesia (Antena 1) desafiaram jornalistas a recordar situações em que o silêncio passou pelas suas reportagens e a revelarem como conquistaram esse “equilíbrio da comunicação”.

Num artigo publicado na Agência Ecclesia, José António Santos recorda os longos minutos de silêncio de João Paulo II, em 1991, diante da imagem de Maria, em Fátima, e reafirma a dificuldade que sente em “explicar aquele silêncio do Papa”, que teve de traduzir, na ocasião, por palavras nas páginas do Diário de Notícias.

Alexandra Serôdio, repórter do Jornal de Notícias, diz ter descoberto “há muito” que são os “os silêncios que transmitem a verdadeira realidade das coisas e da vida”, mas a sua interpretação “tem sido um desafio constante” para uma jornalista que “faz da escrita o seu modo de vida”.

O mesmo repto é colocado a quem trabalha com a imagem, como sublinha Imelda Monteiro, um dos rosto dos programas ECCLESIA e ‘70×7’: “Televisão é som, é palavra, é imagem em movimento… é uma transmissão contínua de estímulos comunicacionais. Será que tem lugar para comunicar o silêncio?”.

O padre Rui Osório, padre e jornalista, lembra que o Papa, ao escolher o tema para o Dia Mundial das Comunicações, “Silêncio e palavra: caminho de evangelização”, introduziu uma regra essencial: “não basta ter que dizer; é importante saber ouvir”.

Pedro Gil, diretor do Gabinete de Imprensa do Opus Dei, diz que “o silêncio ajuda a abreviar a palavra e dizer o essencial”.

A celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais foi a única do género a ser instituída pelo Concílio Vaticano II (Decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), “para que se revigore o apostolado da Igreja em relação aos meios de comunicação social” e como convite à oração e à sustentação de “iniciativas promovidas pela Igreja nesta matéria”.

Em Portugal, os peditórios realizados nas celebrações deste domingo são para as Comunicações Sociais da Igreja, sendo 50% para o secretariado nacional deste setor e os restantes para os secretariados diocesanos.

OC/RJM/JCP/LFS/PR

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