Malta: Papa pede combate à corrupção e criminalidade

Francisco elogia compromisso do país na defesa da vida, contra «colonizações ideológicas»

Foto: Vatican Media

Valeta, 02 abr 2022 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje na capital de Malta que o país combata a corrupção e a criminalidade, falando perante autoridades políticas e diplomáticas.

“QUe o empenho em eliminar a ilegalidade e a corrupção seja forte como o vento que, soprando de norte, varre as costas do país. E que sempre se cultivem a legalidade e a transparência, que permitem erradicar o engano e a criminalidade”, disse, no Palácio do Grão-Mestre, em Valeta, no primeiro discurso da sua viagem de dois dias.

Numa intervenção que evocou a crise de refugiados no Mediterrâneo e a guerra na Ucrânia, Francisco sublinhou que, para garantir uma boa convivência social, é necessário “reforçar os alicerces da vida comum, que assenta sobre o direito e a legalidade”.

“A honestidade, a justiça, o sentido do dever e a transparência são pilares essenciais duma sociedade civilmente avançada”, apontou.

Malta foi abalada, em 2017, pelo assassinato da jornalista de investigação Daphne Caruana Galizia, que revelou suspeitas de corrupção envolvendo políticos do anterior Governo de Malta; uma bomba colocada no seu carro destruiu completamente o veículo.

O Papa falou ainda da importância de preservar o meio ambiente da “ganância devoradora, da sofreguidão do dinheiro e da especulação imobiliária”, que comprometem “não só a paisagem, mas também o futuro”.

A intervenção sublinhou que a população de Malta partilha “estilos de vida e de pensamento ocidentais”, com os “valores da liberdade e da democracia” e também “riscos”.

Francisco pediu que “a ambição do progresso não leve a separar-se das raízes”, em nome de uma “falsa prosperidade”.

Para um desenvolvimento saudável, é importante preservar a memória e tecer respeitosamente a harmonia entre as gerações, sem se deixar absorver por homogeneizações artificiais e colonizações ideológicas”.

Num dos países com maior percentagem de católicos na Europa, o Papa elogiou o empenho dos malteses no “respeito pela vida e pela dignidade de todo o homem e mulher”.

“Encorajo-vos a continuar a defender a vida desde o início até ao seu fim natural, mas também a preservá-la sempre de ser descartada e negligenciada”, disse, pedindo ainda atenção à “dignidade dos trabalhadores, dos idosos e dos doentes”.

“Que Malta, coração do Mediterrâneo, continue a fazer palpitar a esperança, o cuidado pela vida, o acolhimento do outro, o anseio de paz, com a ajuda de Deus, cujo nome é paz. Deus abençoe Malta e Gozo”, concluiu.

Após o discurso, Francisco saudou e abençoou a multidão em festa, desde o balcão do Palácio do Grão Mestre, acompanhado pelo presidente e primeiro-ministro de Malta.

OC

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Agência ECCLESIA

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