Madeira: Bispo denuncia atentados à paz na sociedade portuguesa

D. Nuno Brás questiona legislações sobre aborto ou eutanásia e falta de «condições dignas» de vida para todos

Foto: Jornal da Madeira/Duarte Gomes

Funchal, Madeira, 01 jan 2022 (Ecclesia) – O bispo do Funchal denunciou hoje um conjunto de ameaças à paz, em Portugal, apontando o dedo às legislações sobre aborto ou eutanásia.

“É impossível uma vida de paz quando se defende e realiza o aborto; quando se defende e legaliza a eutanásia; quando se impede o acesso à educação e ao trabalho; quando nem todos têm acesso a condições dignas de vida”, disse D. Nuno Brás, na Missa a que presidiu na catedral diocesana, pela solenidade litúrgica de Santa Maria, Mãe de Deus, em que a Igreja Católica assinala o Dia Mundial da Paz.

O responsável católico destaca que “não basta a ausência de guerra” para se falar da paz.

“Significa a possibilidade de vivermos numa sociedade harmónica e onde é assegurada a todos a oportunidade de ser de acordo com a vocação, o sonho de Deus, e de contribuir para o bem comum. A paz é uma bênção e um dom de Deus. Para cada um e para todos”, observou.

O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.

O Papa Francisco escolheu, como tema da sua mensagem para 2022, o ‘Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura’.

D. Nuno Brás citou várias passagens deste texto, apelando à construção desta paz, apontando como fonte de inspiração o centenário da morte do Beato Carlos de Áustria, “verdadeiro construtor da paz no meio de uma Europa dilacerada pela I Guerra Mundial”.

“Peçamos a Nossa Senhora — em particular a Nossa Senhora do Monte, de quem o Beato Carlos era tão devoto, tal como todos e cada um dos madeirenses — que Ela nos obtenha a graça de sermos, também nós, verdadeiros construtores da paz, soldados daquele exército pacífico que tem à sua frente a Cristo Jesus, Príncipe da Paz”, concluiu, numa homilia enviada à Agência ECCLESIA.

Já este sábado, o bispo do Funchal tinha presidido à Missa de Ação de Graças e Te Deum pelo ano de 2021, convidando as pessoas a confiar em Deus, no meio das dificuldades.

“Em 2021 foi-nos, também, dada a possibilidade de quase tocar Deus em tantas circunstâncias: desde o testemunho daqueles que, esquecendo-se de si, se fizeram presença do amor divino, de modo particular junto dos doentes; até ao testemunho de fé do povo simples que escolheu continuar a confiar em Deus e a entregar-lhe a sua vida; passando pela valorização das relações diretas entre pessoas, fartos que nos descobrimos dos encontros virtuais”, declarou.

OC

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