Lusofonia: Papa recebeu bispos católicos de Cabo Verde e Guiné-Bissau

Francisco apela ao diálogo com o Islão e com autoridades civis

Cidade do Vaticano, 10 nov 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano os membros da Conferência Episcopal Interterritorial do Senegal, Mauritânia, Cabo Verde e Guiné-Bissau, perante os quais deixou um apelo ao diálogo com o Islão e as autoridades civis.

“É importante que os sacerdotes recebam no Seminário uma formação mais estruturada, para poderem desenvolver no terreno um diálogo construtivo com os muçulmanos, diálogo esse cada vez mais necessário para viver com eles uma coabitação pacífica”, sublinhou, no discurso entregue aos prelados e divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé.

Francisco recordou que o contacto com as outras religiões é uma “realidade particularmente presente” nalgumas das dioceses destes quatro países, com presença maioritária do Islão, “gerando condições de relações recíprocas entre comunidades muito diferentes de um lugar para outro”.

O Papa citou o seu predecessor, Bento XVI, para sublinhar que “a Igreja deve testemunhar incessantemente o amor de Deus, criador de todos os homens, não fazendo distinção religiosa na sua ação social”.

A intervenção convidou os bispos a uma presença visível na sociedade civil, elogiando a ação da Igreja Católica no Senegal e na Guiné-Bissau “pela paz e a reconciliação”.

“Recomendo que tenhais o cuidado de manter boas relações com as autoridades políticas, visando favorecer o reconhecimento oficial das estruturas eclesiais que muito facilita o trabalho de evangelização”, apelou.

O Papa falou ainda dos desafios que as comunidades católicas têm de enfrentar no Senegal, Mauritânia, Cabo Verde e Guiné-Bissau, a começar pela “necessidade de enraizar mais profundamente a fé nos corações”.

“A fé constitui um dom que é conveniente fortificar sempre, mas hoje de modo particular, porque está ameaçado de muitas maneiras, seja pelas propostas religiosas mais fáceis e atraentes no plano moral que surgem de todas as partes, seja pelo fenómeno da secularização que afeta também as sociedades africanas”, observou.

Francisco pediu uma “sólida formação doutrinal e espiritual” para os leigos, uma atenção particular para “a pastoral familiar” e a “formação dos sacerdotes”.

Em conclusão, o Papa disse que mesmo nos locais onde a presença católica é “minoritária” ou está “completamente à margem da vida civil”, a Igreja “é apreciada e reconhecida pelo seu significativo contributo nas áreas da promoção humana, da saúde e da educação”.

OC

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