Loulé: Pároco salientou que festividade de Nossa Senhora da Piedade foi vivida «com outra intensidade» (c/vídeo)

Padre Carlos Aquino considera que «seria uma pobreza espiritual grande» não usar meios online

Loulé, 27 abr 2020 (Ecclesia) – O pároco de Loulé disse hoje que a festa de Nossa Senhora da Piedade foi vivida este ano “com outra intensidade”, com um programa espiritual online por causa do confinamento social.

“Agora, até pela impossibilidade de o realizarmos em conjunto, em povo, se calhar até apreciamos melhor e a dor que causa o facto de não realizarmos esta festa mais pública, mais expressiva, talvez tenha trazido ao coração a sua necessidade maior na sua profundidade, também na sua purificação”, explicou o padre Carlos Aquino, em declarações à Agência ECCLESIA.

As Paróquias de Loulé, na Diocese do Algarve, organizaram um programa espiritual online para as festividades da Mãe Soberana, na ermida do santuário, com oração do Terço, meditação sobre o Credo e consagração do povo a Nossa Senhora da Piedade.

O pároco afirmou que “seria uma pobreza espiritual grande” não usar os meios adequados “que estão à disposição” para transmitir as festividades de Nossa Senhora da Piedade, num momento em que não é possível celebrar comunitariamente com a população.

“Pelas transmissões atingimos imensa gente que participou nas celebrações da Eucaristia, no tríduo, na celebração principal presidida pelo bispo diocesano que veio dar valor espiritual ao programa da festa”, acrescentou, explicando que estava previsto que as festas se realizassem na temática da fé ‘Com Maria vivemos na alegria da fé’.

O padre Carlos Aquino salienta que este domingo o bispo do Algarve, nas palavras introdutórias à consagração, “carregou dentro de si toda a alma desse povo”, porque “é dentro do coração que mora a fé, que mora a esperança”, recordando o poema “lindo e simbólico” de António Aleixo que refere que “a alma do povo vai no andor que transporta a Nossa Senhora”.

“Uma presença muito significativa porque sendo bispo diocesano veio valorizar a comunhão com a diocese e com ele, pastor da Igreja Diocesana. E animou, até valorizou simbolicamente a própria festa e fez-nos perceber que era a possibilidade que tínhamos de celebrar com dignificada, profundidade e verdade”, desenvolveu.

Foto: Folha do Domingo, Procissão da Mãe Soberana em 2019

D. Manuel Quintas assinalou que todos os algarvios, “de maneira particular as gentes de Loulé, sentem que algo lhes falta” e que a celebração e transmissão online queriam “ter todos presentes”, particularmente aqueles que “se encontram doentes nos hospitais, aqueles que se encontram mais frágeis na sua fé”.

O bispo do Algarve observou que o momento que se vive atualmente “pode criar em todos algum desnorte, algum cansaço” e “o desejo é muito grande para que termine”, para sair de casa e “exprimir o relacionamento, com os afetos que são habituais, que acabem essas distâncias sociais”.

“Não podemos deitar tudo a perder. O melhor que podemos desejar para cada um de nós, neste esforço, é não nos deixarmos infetar e infetar os outros e fazê-lo de maneira consciente, com responsabilidade, com sentido de cidadania”, acrescentou D. Manuel Quintas, que lembrou a carta do Papa Francisco aos fiéis para o mês de maio e exortou a que “esta seja a oração de cada dia da família”.

À Agência ECCLESIA, o padre Carlos Aquino destacou a “importância” que esta celebração com mais de 450 anos assume “como festa da paróquia, da cidade, do concelho e da própria diocese”, mesmo de “muitas” pessoas que se “afirma não sendo crente” e escreveu uma poesia para “os envolver nesta caminhada”.

“Deus é que toca aos corações mas penso que pode ter sido oportunidade bonita e bela para outro aprofundamento sobre a festa, sobre a presença da Virgem na nossa vida, também na dimensão da fé, todas as buscas que se façam no sentido da vida, de Deus”, concluiu o responsável das Paróquias de Loulé.

A Festa Grande de Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como Mãe Soberana, é considerada como a maior manifestação de fé a sul do Tejo e, simultaneamente, a mais significativa expressão de devoção mariana algarvia e as festividades remontam a 1553, data da edificação da capela que lhe é dedicada.

CB/OC

https://www.facebook.com/paroquiasdeloule/videos/221410009280996/

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