Lisboa: Santo Agostinho para não crentes

Responsável por espetáculo multimédia quer que os participantes possam acompanhar o percurso de conversão do doutor da Igreja

Lisboa, 24 mar 2012 (Ecclesia) – O Patriarcado de Lisboa promove hoje uma leitura de textos para fazer “ouvir e sentir” as ‘Confissões’ de Santo Agostinho (354-439), numa iniciativa dirigida a crentes e não crentes, segundo o responsável pela conceção do encontro.

O ator e encenador Júlio Martin explicou ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) que o espetáculo de uma hora, que conta com a presença do cardeal-patriarca, D. José Policarpo, compreende 40 minutos de leitura “a várias vozes” por parte de atores do Teatro do Ourives.

Segundo o encenador, esta proposta dirige-se sobretudo “para as pessoas que não creem ou estão em fase de conversão”.

A iniciativa, que decorre a partir das 16h00, tem como protagonistas atores e dois músicos, entre os quais Rão Kyao.

Os excertos narram a “procura interior” de Santo Agostinho, “realizada ao longo de vários anos”, observa D. Nuno Brás, um dos bispos auxiliares de Lisboa, em texto publicado no Semanário Agência ECCLESIA.

A leitura pública de textos do santo africano está marcada para a igreja do Sagrado Coração de Jesus, no centro de Lisboa.

Cada um dos quatro momentos de leitura vai ter cerca de 10 minutos, o que exige “uma seleção muito difícil de fazer, dada a riqueza da obra”, salientou Júlio Martin.

‘Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!’, o fragmento que mais cativou o encenador, fará parte dos excertos a serem lidos por se tratar de um texto “muito belo a nível vivencial, poético e teatral”.

“A experiência de Santo Agostinho é a de alguém que parte da descrença para um processo de conversão, até incarnar na plenitude a mensagem cristã”, destaca.

Nesse sentido, as passagens selecionadas “colocam dúvidas e inquietações, fazendo o percurso interior até à conversão”.

“A vivência cristã vai para além do aspeto sentimental, é algo que é pensado e interrogado”, frisou Júlio Martin, que considera que as ‘Confissões’ são também um estímulo à ação.

Rão Kyao, músico que recentemente editou um novo CD, ‘Sopro de Vida – ao ritmo da Liturgia’, onde interpreta cânticos religiosos, vai tocar, juntamente com um organista, adianta o mesmo responsável, em declarações ao jornal ‘Voz da Verdade’, do Patriarcado.

Os textos do doutor da Igreja, que viveu entre os séculos IV e V, vão ser acompanhados por projeções de pinturas e fotografias nas paredes da igreja, uma obra de referência na arquitetura religiosa do século XX (arquitetos Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas, Lisboa, 1961-70).

“Estamos a pensar ter projeções de imagem, tanto de pintura como de fotografia, de forma a ter um ambiente que permita que este espetáculo seja para ver ouvir e sentir”, sublinha Júlio Martin.

A sessão integra-se na ‘Missão Metrópoles’, iniciativa inspirada pelo Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, organismo da Santa Sé, que decorre em 12 cidades europeias, incluindo Lisboa.

SNPC/VV/OC

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