Lisboa: Preocupação «uma alimentação adequada para todos» reuniu responsáveis religiosos e políticos

Lisboa, 18 out 2017 (Ecclesia) – A Fundação católica Fé e Cooperação promoveu o encontro ‘Todos à mesa por uma mesa para todos’, na Mesquita de Lisboa, onde reuniu no apelo e defesa ao “direito humano à alimentação” responsáveis religiosos, em diálogo inter-religioso, e políticos.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural disse que o encontro era de “enorme importância” porque “festeja-se a diferença”, bem como, a “necessidade de manter na componente da alimentação a questão cultural e religiosa”.

“A alimentação é muito de educação, muito de cultura e religião. Das diferenças encontraremos aquilo que nos une, que é o direito à alimentação para todos”, afirmou Miguel João de Freitas.

Neste contexto, alertou que o direito à alimentação “ainda não está na constituição portuguesa” e o encontro “pode ser uma boa oportunidade” para colocar-se essa questão.

‘Todos à mesa por uma mesa para todos’ foi o mote do encontro inter-religioso pelo direito humano à alimentação que se realizou na segunda-feira à noite, na Mesquita de Lisboa, pela Fundação católica Fé e Cooperação (FEC).

Francisco Sarmento, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para Portugal e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, explica que a preocupação da instituição “não é apenas” com os subnutridos mas também “os malnutridos que hoje são em numero superior, ironicamente”.

Para o entrevistado o encontro é importante porque consegue “unir as pessoas” nos problemas relacionados com “a insegurança alimentar e nutricional”, que hoje afligem mais de 800 milhões de pessoas no mundo.

Já o coordenador da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, que envolve oito áreas governativas, “são muito interessantes” a motivação da religião no combate à fome no mundo, e ao desperdício.

“Questões relacionadas com a moderação, a frugalidade no consumo, o não viver para comer mas comer para viver são matérias muito importantes porque dão pressão nas politicas públicas que temos de dar importância”, desenvolveu Eduardo Diniz.

No encontro foi assinado o manifesto ‘por uma alimentação adequada para todos’ pelos representantes da Igreja Católica, da Comunidade Islâmica de Lisboa, da Aliança Evangélica Portuguesa; Confederação Portuguesa do Yoga; Fé Bahá’í e da Associação Internacional Buddha’s Light de Lisboa (BLIA-Lisboa).

Margarida Alvim, da organização católica, explica que o manifesto pretende “reforçar a comunhão das diferentes confissões religiosas” no tema da alimentação podendo existir “mais sinergia” e “apoiar a estratégia de segurança alimentar da FAO”.

Da Igreja Católica, o presidente da Conferência dos Institutos Religiosos, considera que tem as “linhas fundamentais” para uma sociedade onde todos têm lugar à mesa, o “mínimo para viver bem”, afinal, “a alimentação é um direito fundamental”.

Para o secretário de estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural o manifesto “promove o sinal que é preciso dar à sociedade da importância do valor da alimentação” e Francisco Sarmento da FAO considera, “particularmente, importante o termo “adequado” quando se fala de alimentação.

“Adequada do ponto de vista nutricional, permite uma vida saudável, mas também aos padrões culturais, à sociedade onde nos inserimos e às nossas relações sociais”, acrescentou.

O Dia Mundial da Alimentação ficou também marcado pela visita do Papa Francisco à sede da FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, em Roma.

CB

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