Lisboa: Patriarca aponta padroeiro como fonte de inspiração para caminhada sinodal em curso

«Não só São Vicente é atual como nos atualiza a nós» – D. Rui Valério

Lisboa, 23 jan 2023 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa afirmou que o testemunho de São Vicente, padroeiro da diocese e da cidade, “é atual” e inspira “entusiasmo” nas comunidades católicas, que se encontram em “caminhada sinodal”, convocada pelo papa.

“São Vicente permanece atual na medida em que assumiu na sua vida, na sua atitude, na sua pregação e no seu exemplo, aquilo que são ainda os valores fundamentais de uma vida santa, de uma vida cristã”, disse D. Rui Valério, esta segunda-feira, à Agência ECCLESIA.

Neste sentido, o patriarca destacou “um amor louco por Jesus Cristo”, vivido por São Vicente, numa “paixão” pelo serviço ao próximo e, sobretudo, a “docilidade em deixar-se inspirar e conduzir pela Palavra de Deus”.

Vicente, diácono em Saragoça (Espanha), foi morto no início do século IV, durante as perseguições do imperador romano Diocleciano contra os cristãos da Península Ibérica; a Igreja Católica celebra a sua memória, solenidade nas Dioceses de Lisboa e do Algarve, no dia 22 de janeiro.

“A sua atualidade tem para nós um sabor especial na medida em que as três palavras fundamentais que estão a animar o Patriarcado, e a Igreja em Portugal no seu geral, são com base na Jornada Mundial da Juventude: a primeira palavra ‘entusiasmo’, a segunda é ‘caminhada sinodal’, e a terceira é ‘esperança’, em ordem ao Jubileu de 2025”, desenvolveu D. Rui Valério.

Na homilia da Missa que presidiu, o patriarca explicou que a atualidade de Lisboa “é feita do entusiasmo, que a JMJ suscitou nos jovens e em toda a Igreja”, é feita de alegria do processo sinodal que “convoca à comunhão, participação e missão”, e é feita de “esperança ardente rumo ao Jubileu de 2025”.

“Lisboa convoca-nos para sermos o sonho, que se torna realidade no hoje que estamos a celebrar; São Vicente ajuda-nos a viver esta atualidade, este estar no meio da cidade”, salientou, na Sé patriarcal.

À Agência ECCLESIA, D. Rui Valério acrescentou que São Vicente é “o mártir do entusiasmo no amor por Jesus Cristo e pela causa do ser humano”, nomeadamente pelos pobres e pelos necessitados.

O responsável católico considera que a dimensão sinodal vivida pelo padroeiro de Lisboa se “prendia muito com aquela disponibilidade a servir todos, todos, todos”, enquanto a “esperança” vê-se em “toda e qualquer adversidade” porque São Vicente “agia sempre do princípio de que a Deus tudo é possível”.

“Não só São Vicente é atual como nos atualiza a nós”, acrescentou.

Carlos Moedas, presidente do Município de Lisboa, esteve presente na Missa do padroeiro da cidade, considerando que “é muito importante, hoje”, trabalhar a história e a memória de um “homem absolutamente único, que marcou o mundo”.

“Eu penso que, para a juventude, nos tempos em que vivemos, é preciso repetir este tipo de histórias, e estes 850 anos em que São Vicente marca a nossa cidade, e pela sua bondade, pela sua dedicação e pelo homem que foi, são absolutamente a marca daquilo que Lisboa é: uma cidade aberta; Lisboa diria que começa a ser a cidade que é com estas relíquias”, desenvolveu o autarca, em declarações à Agência ECCLESIA.

Segundo Prudêncio, um poeta cristão da antiguidade, após o martírio os restos mortais de Vicente foram mandados lançar aos pântanos, fora dos muros da cidade de Saragoça, para que fossem devorados por animais, mas foram protegidos por corvos, que impediram a profanação do corpo.

A tentativa de recuperação do corpo foi ordenada por D. Afonso Henriques, que mandou construir o Mosteiro de São Vicente de Fora, em 1147, no cumprimento de um voto dirigido a São Vicente pelo sucesso da conquista de Lisboa aos mouros.

O corpo do mártir chega a Lisboa no dia 15 de setembro de 1173, a partir do Algarve, e é depositado em Santa Justa, no dia seguinte é trasladado para o altar-mor da Sé.

Este domingo, na Sé de Lisboa, o bispo do Algarve agradeceu ao Patriarcado a cedência à sua diocese de uma parte das relíquias de São Vicente.

HM/CB/OC

Lisboa: «São Vicente continua, hoje, a ser testemunho e apelo a amar até ao fim, no seguimento de Cristo» – D. Manuel Quintas

 

 

 

 

 

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top