Lisboa: Cardeal-patriarca explica prioridades

D. José Policarpo anuncia estratégia para o Ano da Fé, entre 2012 e 2013

Lisboa, 03 set 2012 (Ecclesia) – Bíblia, caridade, oração, conhecimento da doutrina da Igreja, Eucaristia, atenção aos não crentes e relação com Cristo constituem algumas das prioridades que o cardeal-patriarca de Lisboa quer promover na diocese em 2012-13.

A estratégia publicada no site do Patriarcado, acompanhado pelo calendário, visa responder aos “desafios lançados pelo Papa Bento XVI a toda a Igreja, ao proclamar um Ano da Fé, a coincidir com as celebrações do 50.º Aniversário da Abertura do Concílio Vaticano II”, escreve D. José Policarpo.

Os católicos assinalam o início da assembleia conciliar (1962-1965) em outubro, mês em que também passam duas décadas sobre a publicação do Catecismo da Igreja Católica e arranca o ‘Ano da Fé’, até novembro de 2013.

Dirigindo-se aos “cristãos praticantes”, o prelado questiona: “Já entrámos, decididamente, por essa porta [Cristo], ou só espreitámos por ela? Por vezes ainda olhamos para trás, vendo toda a realidade humana sem o olhar da fé?”.

“Só com as forças naturais não poderemos percorrer o caminho da vida que se abriu para nós na fé em Jesus Cristo”, pelo que “os elementos e os momentos” em que Deus “comunica a força do seu amor fazem parte da estrutura da Igreja”, salienta.

Referindo-se à Bíblia, D. José Policarpo vincou que os fiéis têm de “escutar com fé e amor a Palavra de Deus, comentá-la, sobretudo na homilia”, com uma crença em Deus que seja “testemunho”.

Depois de sublinhar que o Ano da Fé exige aos católicos a celebração “de modo mais profundo” do sacramento da Eucaristia, o cardeal acentua que os fiéis precisam de “aprender a rezar”: “Desejamos muito que este ano pastoral seja marcado pelos caminhos, comunitários e pessoais, da oração”.

O prelado retoma uma sugestão do Papa ao propor que o Credo, enunciado com as principais formulações de fé dos católicos, se torne uma oração diária durante o Ano da Fé.

D. José Policarpo refere também que a crença em Deus implica ações em favor dos mais desfavorecidos: “Só na caridade a nossa fé se torna testemunho que anuncia a salvação e atrai outros a entrar pela porta da fé”.

O cardeal-patriarca pretende que os católicos compreendam melhor a fé que professam e recorram para esse efeito ao Catecismo da Igreja Católica, que classifica de “instrumento indicado” para a busca do “conhecimento da verdade”.

O texto termina com uma referência aos “muitos” que “ainda não entraram pela Porta da Fé”, expressão que dá título à carta com que Bento XVI proclamou o Ano da Fé: “Trazem no seu coração inquietações e desejos, mas ainda não entraram porque ainda não encontraram Jesus”.

“Cada um de nós pode ser enviado por Deus a esses nossos irmãos, ajudando-os com a sinceridade do nosso testemunho, a atravessarem essa porta e encetarem, com esperança, o caminho novo”, assinala.

O documento anuncia uma “grande ação” relacionada com o Ano da Fé para 26 de maio, domingo da Santíssima Trindade e Dia da Igreja Diocesana, mas não adianta mais detalhes.

O “objetivo fundamental” do Patriarcado de Lisboa para 2012-13 é “propor que cada cristão experimente a força da fé no quotidiano da sua vida”, refere o programa.

RJM

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