Lisboa: 300 anos do Patriarcado assinalados em concerto comemorativo no Teatro São Carlos

Lisboa, 28 nov 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa destacou o “«monumento» sonoro” das obras de compositores portugueses do século XVIII que foram interpretadas no concerto comemorativo dos 300 Anos do Patriarcado, no Teatro Nacional de São Carlos.

Carlos Seixas, Francisco António de Almeida, João de Sousa Carvalho, António Leal Moreira e Marco Portugal foram alguns mestres da música que foram interpretados pela Orquestra Sinfónica Portuguesa numa parceria do Patriarcado de Lisboa.

“É deles que esta noite nos dá conta, excelente conta, como “monumento” sonoro e redivivo. Devia ser exatamente assim, porque, como na arte acontece, eles ultrapassaram o epocal para nos projetarem no sublime”, disse D. Manuel Clemente, na saudação no início do Concerto Comemorativo dos 300 anos do Patriarcado de Lisboa.

No evento realizado em parceria com o Teatro Nacional de São Carlos, o prelado acrescentou que o “sublime” é onde os crentes “distinguem o som de Deus”:“Onde a humanidade inteira se transcende e relança, decerto mais à frente e urgentemente agora.”

O cardeal-patriarca de Lisboa recordou que o título de “patriarcal” foi atribuído à régia capela de Lisboa pelo Papa Clemente XI, a 7 de novembro de 1716, e depois alargado a toda a diocese.

“A concessão respondia ao profundo desejo do rei D. João V, para assim nobilitar religiosamente a capital e o seu próprio reinado. Revelava sensibilidade própria, religiosa também, e obtinha um título raro na Igreja latina, só compartilhado por Veneza”, contextualizou, destacando que Capela real e patriarcal “unia corte e fé como realidades próximas”.

Três anos antes, por decreto em 1713, D. João V tinha, por exemplo, mandando criar o Real Seminário de Música da Patriarcal de Lisboa.

Assinalando outras “encomendas prodigiosas” que o rei Magnânimos mandou fazer o prelado relembrou que o terramoto de 1 de novembro de 1755 “deitaria por terra muitas dessas obras”, como o próprio palácio e a patriarcal.

D. Manuel Clemente observou que muito“mudou também a partir de então” uma vez que os escombros “não foram apenas materiais” e “nem tudo era igualmente unívoco e ‘sinfónico’” no Portugal setecentista.

“A humanidade é sempre mais complexa do que qualquer síntese dela, ainda a mais brilhante”, assinalou, indicando que desses acontecimentos sobrou “o povo e o que prometia futuro”.

Para o cardeal-patriarca de Lisboa era, precisamente, nesse ponto que se reencontramesta sexta-feira, dia 25 de novembro, para ouvirem“obras de compositores da patriarcal”, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa.

Neste âmbito o prelado assinalou que para D. João V, como para os seus “sucessores durante um século”, “tão musical e operático, não se dispensava a música” que era“especialmente composta” por autores preparados e escolhidos com esse propósito.

“Será bom ouvi-los mais vezes”, referiu D. Manuel Clemente, na saudação publicada pelo Patriarcado de Lisboa no seu sítio na internet.

CB

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