Liberdade Religiosa: Bispos europeus alertam para a perseguição aos cristãos na Nigéria

Comissão de Episcopados Católicos defende mais assistência e cooperação da União Europeia

Lisboa, 10 jul 2020 (Ecclesia) – O presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE), D. Jean-Claude Hollerich, assumiu o objetivo de defender os cristãos perseguidos na Nigéria junto da União Europeia, numa carta aos bispos nigerianos.

“Vivem uma situação de ataques contínuos de terroristas, insurgentes e milícias, que, em alguns casos, atingem níveis de autêntica perseguição criminal”, alertou arcebispo luxemburguês.

Em informação enviada à Agência ECCLESIA, a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) adianta que D. Jean-Claude Hollerich manifestou o compromisso dos bispos europeus na defesa da comunidade cristã na Nigéria, contribuindo para a sensibilização dos Estados-membros da UE, para intensificar a assistência e cooperação com as autoridades e instituições nigerianas, incluindo as Igrejas e as comunidades religiosas.

A COMECE incentiva a comunidade internacional a usar instrumentos diplomáticos, políticos e financeiros para ajudar as autoridades nigerianas a interromper a violência, “levando os criminosos à justiça, apoiando as vítimas e incluindo cristãos (47% da população nacional) em todas as estruturas do Estado e níveis de administração – incluindo a polícia e as forças armadas”.

Segundo o secretariado português da AIS, calcula-se que “milhares de cristãos nigerianos tenham sido mortos desde 2015”, consequência dos ataques do grupo jihadista Boko Haram que quer instaurar um ‘califado’ no norte do país, e pelos pastores nómadas Fulani.

“Os meus pensamentos e o meu coração estão com os muitos jovens que são forçados a deixar o país por causa da violência e da falta de perspetivas socioeconómicas”, afirmou o presidente do COMECE, na carta de solidariedade à Comissão Episcopal da Nigéria.

D. Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo, expressou proximidade com os migrantes e as suas famílias, com os que fogem da violência e procuram asilo, com as vítimas do tráfico de escravos em nossos países e com todas as pessoas deslocadas que procuram um lugar mais seguro para viver, e reiterou a necessidade de receber, proteger, promover e integrá-los.

“A situação está a piorar e o número de mortos é enorme”, disse o bispo de Sokoto, D. Matthew Kukah, sobre a sua região à fundação pontifícia, denunciando “a hipocrisia e pouca vontade” da comunidade internacional para ajudar a resolver este problema.

A AIS alerta que um dos ataques mais violentos acontece há um mês, a 9 de Junho, com o assassinato de cerca de 80 pessoas, muitos cristãos, numa aldeia no Estado de Borno pelo Boko Haram.

CB/OC

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