Leira-Fátima: Bispo destina renúncia quaresmal para a Cáritas Diocesana e para Igreja na Palestina

D. José Ornelas apresenta Quaresma como «um tempo de caminho, de preparação, de dar consistência aos projetos, aos sonhos, à esperança»

Foto: Diocese de Leiria-Fátima

Leiria, 15 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima destinou os donativos da renúncia quaresmal, recolhidos junto das comunidades católicas, a projetos da Cáritas Diocesana e à Igreja na Palestina.

“A nossa Quaresma recorda não apenas a história de Israel, mas também a história pessoal, familiar, e da nossa comunidade Igreja, como lugares e tempos em que experimentámos fracassos, erros e desvios, mas igualmente a presença inabalável da fidelidade amorosa de Deus, a força renovadora da água com que fomos libertados e integrados na sua família, e sobretudo a presença renovadora do seu Espírito que torna possível retomar, com nova confiança e coragem, o caminho a que fomos chamados”, escreve D. José Ornelas.

A mensagem, enviada hoje à Agência ECCLESIA, recorda o costume de destinar a renúncia quaresmal, “ofertas feitas nas paróquias”, para uma situação na diocese e para uma realidade “particularmente carenciada, na Igreja e no mundo”.

Neste sentido, D. José Ornelas informa para nesta Quaresma 2024 vão apoiar a Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima, para “acudir às necessidades das muitas pessoas que pedem auxílio”, e a nível internacional os “desalojados da devastadora guerra” entre Israel e o Hamas, que começou a 7 de outubro de 2023.

“Deixou dezenas de milhares de pessoas mortas e privou mais de 1 milhão de outras dos mais elementares bens de subsistência”, acrescenta, indicando que vão ajudar estas pessoas “através da Igreja na Palestina”.

No documento, o bispo de Leiria-Fátima acrescenta que é tempo de recordar, de agradecer, “de traçar caminhos de coerência e de futuro”.

D. José Ornelas, especialista no estudo de Sagrada Escritura, reflete sobre ‘o deserto do encontro com o Deus da libertação’ e explica que este “não é um refúgio cómodo, estéril ou alienante” diante da realidade da vida, mas tem de ser “povoado pela realidade que rodeia, tentando vê-la com os olhos de Deus”.

“O deserto do encontro com Deus, tem também de nos deixar inquietos, de nos mover à compaixão libertadora tornando-nos sensíveis à situação da nossa família e da Igreja, bem como aos dramas concretos das multidões vítimas de perseguição e injustiça, da fome, da guerra, da degradação do nosso planeta”, acrescenta.

Na mensagem ‘Livres, pelo Batismo, como Filhos e Filhas do Pai do Céu’, para a Quaresma de 2024, o bispo de Leiria-Fátima explica que o caminho escolhido por Jesus, “a Quaresma do deserto”, é uma ‘Boa Notícia’ de vida, “de consciência de ser amado pelo Pai do Céu”.

D. José Ornelas salienta também que o primeiro sentido da Quaresma é “o encontro Tu a tu, com Deus”, e lembra que “Moisés fala pouco, mas escuta muito”, assim deve ser a oração “nesta Quaresma e sempre”.

“Terá espaços e tempos em família e em comunidade, mas não pode prescindir do silêncio do encontro com o Pai do Céu, para escutar o que Ele tem a nos dizer e para olhar a vida como Ele a vê”, explica, assinalando que “Ele está próximo, mesmo no meio do rebuliço da cidade, no ruído dos robôs da fábrica, no silêncio pesado de uma sala de exames, na aflição das urgências hospitalares”.

O responsável católico destaca também, na sua mensagem da Quaresma, a peregrinação diocesana a Fátima, nos dias 16 e 17 de março, como uma ocasião para “renovar a atitude de adesão meditada e assumida ao projeto de Deus de Maria, levando Jesus ao seu povo e ao mundo”.

CB/OC

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