Legislativas: Plataforma Portuguesa das ONGD defende compromisso político para responder a desafios globais

«Estas eleições não são apenas sobre o que queremos para o país» – Rita Leote

Foto: Fundação Fé e Cooperação

Lisboa, 12 jan 2022 (Ecclesia) – A Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) apelou a um compromisso políticos para responder a desafios globais, num manifesto publicado no âmbito das eleições legislativas de 30 de janeiro.

“Estas eleições não são apenas sobre o que queremos para o país, mas também sobre o papel que achamos que Portugal deve ter num mundo cada vez mais interdependente, que se debate com questões como a necessidade de encontrar respostas conjuntas para a propagação da Covid-19, a crise climática, o aprofundamento das desigualdades e o aumento de situações de pobreza extrema, o declínio da democracia ou os abusos de direitos humanos”, assinala a diretora-executiva da Plataforma Portuguesa das ONGD.

No manifesto enviado à Agência ECCLESIA, Rita Leote acrescenta, sobre a gestão da crise pandémica e das suas consequências, que “existe um desequilíbrio extremo” nas condições de vida das populações de diferentes regiões do globo e na “capacidade de resposta dos países aos efeitos da pandemia”.

“A taxa de vacinação contra a Covid-19 no continente africano não atingiu ainda os 10% face aos cerca de 70% registados na UE, e os pacotes de estímulo às economias nos países desenvolvidos são substancialmente maiores do que nos Países Menos Avançados – em média, de 15,8% do PIB nos primeiros, face aos menos de 3% nos últimos”, desenvolveu.

Neste contexto, Rita Leote indicou ainda que a “recuperação das maiores fortunas” tem acontecido mais depressa do que a recuperação dos rendimentos das populações das regiões mais desfavorecidas.

No manifesto a Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento refere que “reforçar” o contributo da Cooperação Portuguesa para a resposta aos desafios globais deve passar pela “reafirmação da luta contra a pobreza”, enquanto seu desígnio orientador e, em torno deste, “construir uma estratégia que dê resposta às necessidades das populações locais”.

‘Afirmar o contributo da Cooperação Portuguesa para um mundo mais justo e sustentável’ é o mote do documento da associação, que quer aproveitar o período pré-eleitoral para “alertar” para a necessidade de potenciar o papel de Portugal no desenvolvimento global.

A plataforma explica que as eleições legislativas de 30 de janeiro assumem uma “particular importância” sobre o futuro da Cooperação Portuguesa porque com a dissolução da Assembleia da República foi suspenso o processo de construção da próxima Estratégia da Cooperação Portuguesa.

“Esta é uma questão central nestas eleições, e é por isso que a Plataforma está empenhada em abordar os temas da cooperação com cada um dos partidos”, acrescenta a diretora-executiva, explicando que pretendem “compromissos concretos” que levem, por exemplo, ao “aumento do financiamento para a Ajuda Pública ao Desenvolvimento”.

A associação que representa um grupo de cerca de 60 ONGD já tem agendado encontros com os partidos políticos que concorrem às legislativas, onde vai apresentar o manifesto e reafirmar a importância de fazer do debate eleitoral um “processo inclusivo, democrático e esclarecedor” do papel de Portugal no mundo.

CB/OC

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