Legislativas: Crise e sinais de esperança

Lisboa, 17 mai 2011 (Ecclesia) – A solução para o “flagelo dos socialmente excluídos” deve ser uma das questões centrais da campanha para as legislativas do próximo dia 5 de junho, defende o economista Gonçalo Barata.

Em texto hoje publicado na mais recente edição do semanário Agência ECCLESIA, o especialista fala também na necessidade de esclarecer “qual o papel que as decisões políticas podem ter neste momento de decisão eleitoral que Portugal atravessa”.

Gonçalo Barata sublinha que “o tema da exclusão social e dos mais necessitados” é um dos “poucos pontos de preocupação consensual nos programas de todos os partidos políticos que se apresentam às próximas eleições”.

“Quando o ponto de partida dos programas dos partidos é a inevitabilidade de sacrifícios para os próximos anos, o facto de o tema da exclusão social ser central em todos os programas políticos é, pois, o primeiro sinal de esperança”, assinala.

O economista indica que “a maior fatia do crescimento dos gastos do Estado deveu-se ao crescimento dos apoios sociais”, a que contrapõe o “crescimento insustentável da dívida pública”.

“A redistribuição do rendimento, para combater a exclusão social, deve ser uma prioridade de qualquer programa político, mas anterior à redistribuição está a produção de riqueza e não o endividamento”, alerta.

Os ministros das Finanças da Zona Euro e da União Europeia aprovaram esta segunda-feira o pedido de assistência financeira a Portugal, ajuda que será repartida em partes iguais de 26 mil milhões de euros pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) e Fundo Monetário Internacional (FMI), num total de 78 mil milhões.

Gonçalo Barata admite um momento de “excecional urgência nacional”, mas não concorda com a ideia de que o FMI e a Comissão Europeia “irão governar Portugal”.

“Todos somos chamados a dar o nosso contributo. Com o nosso trabalho, com a nossa participação política que começa no voto e com a nossa atenção mais dedicada ao próximo que se encontra em dificuldades”, indica.

Em conclusão, o economista afirma que “seria um sinal de esperança muito importante que a participação nas próximas eleições desse sinais de inversão do desinteresse crescente que os portugueses têm pela participação política”.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top