Legislativas 2024: Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) lança apelo ao voto, nos 50 anos da democracia

Responsáveis alertam para «aproveitamento político das religiões para o exacerbar de movimentos nacionalistas e xenófobos»

Foto: Lusa

Lisboa, 26 fev 2024 (Ecclesia) – O Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) lançou hoje um apelo ao voto, nos 50 anos da democracia, alertando para o “aproveitamento político das religiões”.

“São grandes os desafios que a nível internacional se colocam com evidentes implicações a nível nacional; o desafio da crescente pressão migratória para a Europa, a instabilidade internacional causada pelas diversas guerras em especial na Ucrânia e na Faixa de Gaza, o abrandar da economia europeia, o aproveitamento político das religiões para o exacerbar de movimentos nacionalistas e xenófobos e a destruição trazida por acidentes naturais extremos provocados pelas alterações climáticas”, refere a nota, enviada à Agência ECCLESIA.

Os responsáveis cristãos evocam o 50.º aniversário da revolução do 25 de abril, pedindo que todos participem “ativa e responsavelmente em dois atos eleitorais que se complementam; as eleições legislativas para a Assembleia da República a 10 de março e as eleições para o Parlamento Europeu, em junho próximo”.

O apelo conjunto sublinha o “complexo quadro de instabilidade e insegurança” que afeta a Europa e tem consequências sobre Portugal, assumindo preocupação com “a crescente desigualdade”, que gera “exclusão e pobreza”.

“São também preocupantes os graves desafios colocados à juventude portuguesa, mormente a falta de habitação e de condições económicas que impedem a estabilidade necessária para a constituição de família e o aumento da natalidade, bem como a precariedade no mercado de trabalho geradora muitas vezes de formas de exploração laboral que atentam à dignidade humana”, acrescenta o COPIC.

Perante uma população idosa e em continuo envelhecimento verificamos a falta de proteção social em que vivem muitos idosos com baixas pensões de sobrevivência e muitos sem retaguarda familiar apesar do valioso trabalho nesta área das Instituições de Solidariedade Social cuja ação requer maior comparticipação financeira por parte do Estado”.

A nota apresenta uma rejeição de “discursos políticos autoritários” e da “manipulação falsa de notícias e factos”.

“Reafirmamos a importância da aplicação dos valores cristãos da integridade ética, da verdade e da reconciliação e em particular num tempo e contexto polarizado em que se buscam falsas divisões entre pessoas e grupos”, pode ler-se.

O Conselho Português de Igrejas Cristãs mostra-se disponível, para colaborar na busca de “consensos sociais” que envolvam os partidos políticos e organizações da sociedade civil.

“Certos de que todas e todos contam e podem e devem ajudar a melhorar o país, o COPIC, apela assim ao voto de todos os portugueses nos próximos atos eleitorais como forma de participação cívica e de salvaguarda das conquistas e desenvolvimentos alcançados ao longo de 50 anos de democracia”, conclui a nota, assinada pela direção do organismo.

OC

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