Fátima: D. José Traquina deixa apelos à «proximidade» e «escuta», no arranque da Semana Cáritas 2024

Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana salientou papel da organização católica, no apoio aos mais desfavorecidos

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 26 fev 2024 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana presidiu, este domingo, ao início da Semana Nacional da Cáritas, em Fátima, onde destacou o apoio prestado pela organização aos mais frágeis.

“O Amor-Cáritas é, assim, o dinamismo espiritual que nos faz sair de nós mesmos e interessarmo-nos pelos nossos semelhantes. É Jesus quem nos instrui e anima nessa preocupação de Deus pelas pessoas mais pobres e pelo mundo em que vivemos”, afirmou D. José Traquina na homilia da Eucaristia do II Domingo da Quaresma, informa uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

A Semana Cáritas 2024, que decorre de 25 de fevereiro a 3 de março, tem como lema ‘O amor que transforma’.

“Na verdade, a ação da rede Cáritas tem origem no anúncio e acolhimento da Boa Nova de Cristo, o Evangelho. Jesus identifica-se com todos aqueles que necessitam de ajuda (cf. Mt 25) e convida-nos a pôr em prática o amor generoso do Bom Samaritano (cf. Lc 10). Neste sentido, é necessário olhar e interpretar a realidade social com os olhos e o coração de Cristo”, sublinhou o bispo de Santarém.

O responsável católico aproveitou a ocasião para enumerar alguns dados da atividade da Cáritas em Portugal: em 2023, mais de 120 mil pessoas foram atendidas pela organização.

“As carências são diversas e a causa reside maioritariamente no desemprego e rendimento insuficiente. Os apoios são fundamentalmente para pagamento de rendas de casa, medicamentos, eletricidade, bens e equipamentos de saúde”, explicou.

D. José Traquina recordou ainda que “na rede Cáritas Internacional, a Cáritas Portuguesa colaborou no apoio às populações afetadas por conflitos e calamidades na Ucrânia, Turquia, Síria, Marrocos e Moçambique”, sendo a este último país concedido um segundo apoio através da Cáritas de Pemba, numa região com grandes preocupações pelas vagas terroristas.

No que respeita aos países lusófonos, a organização católica manteve também “a grande cooperação com as Cáritas respetivas, sobretudo em projetos de formação, desenvolvimento agrícola, segurança alimentar, educação e outros”.

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana deu ainda conta da publicação de um estudo sobre a Pobreza e Exclusão Social em Portugal, que vai decorrer na terça-feira, em parceria com a Cáritas Diocesana do Porto e a Universidade Católica, no Porto.

“A Cáritas está a promover um melhor e mais largo conhecimento das regiões relativamente a respostas aos migrantes. Há necessidade de se consertar algum apoio em situações de emergência”, indicou.

Segundo D. José Traquina, “é desejável que esta semana da Cáritas seja vivida como uma boa semana da Quaresma no sentido da proximidade e da escuta”.

“Escutar o Senhor, como exorta o Evangelho de hoje, é viver com fidelidade o seu Amor consagrado na cruz por nós e por todos, na dedicação e atenção aos mais pobres e fragilizados. É também fazer as escolhas que Ele fez, trabalhar pelas mesmas causas, cultivar o amor generoso”, defendeu.

O bispo de Santarém acrescentou ainda: “Escutar o Senhor é ser capaz de resistir ao demónio com a lógica da guerra. E tentação é entrar na lógica do ódio e cultivar o desejo de vingança. Escutar o Senhor, é acreditar no Amor que transforma e salva o mundo. É esse amor que somos chamados a viver e a testemunhar”.

A Cáritas é uma rede que se organiza a nível local (paroquial), diocesano, nacional, europeu e internacional; em Portugal está presente nas 20 dioceses do país, unidas na Cáritas Portuguesa, e em grupos locais que atuam em proximidade, nas paróquias e comunidades.

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LJ/OC

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