«Laudato Si»: Trabalho do Papa Francisco «não nasce no escritório» mas da atenção ao mundo

Frei Fabrizio Bordin saúda desafio da Plataforma para conversão ecológica, lançada pelo Vaticano, e assinatura do Memorando «Eco Igrejas Portugal»

Lisboa, 02 jun 2021 (Ecclesia) – Frei Fabrizio Bordin, pároco na zona oriental de Lisboa, disse que a atenção do Papa às alterações climáticas são fruto da recolha “do que acontece no mundo”.

“Haverá propostas que não nascem no escritório mas são fruto de quanto o Vaticano recolheu ao longo destes seis anos desde a publicação da encíclica ‘Laudato Si’, uma magna carta, uma bussola moral e espiritual para o nosso tempo que não podemos por de lado, arrumá-la na gaveta. A instituição do Ano Laudato Si teve esse objetivo, e agora quer incentivar partilhas e iniciativas em todo o mundo, com a Plataforma para uma ação da «Laudato Si»”, explica o religioso dos Frades Menores Conventuais em Portugal,

Após o final do Ano Laudato Si, a 24 de maio, Francisco, “o Papa do discernimento” convidou a uma mobilização mundial através da ‘Plataforma Laudato Si’, lançada para um período de sete anos, onde convida a uma mobilização rumo a mudanças de relação “com o mundo, a Terra” e a perceção das situações dos países mais pobres que “sofrem com as alterações climáticas”.

Frei Fabrizio Bordin recorda que o carisma de São Francisco marca a atuação do Papa francisco, “não para fazer poesia mas para nos alertar sobre esta Terra que quer uma mudança de paradigma na nossa maneira de viver e agir”.

Responsável pelas paróquias de São Maximiliano Kolbe e Santa Beatriz da Silva, no Patriarcado de Lisboa, que acolhem um Foco Conversão Ecológica, o frade indica que as suas comunidades estão despertas para o envolvimento na Plataforma para gerar “desinstalação”.

“Ninguém pode ficar de fora”, sublinha, indicando diferentes níveis de atuação numa “mudança de estilo de vida, uma conversão integral, nas palavras do Papa” que se ligam a “sete objetivos concretos, ligados ao clamor da Terra, dos pobres, uma educação ecológica, espiritualidade ecológica, um pacto comunitário”.

Em causa estão relações “pessoais e sociais” na sociedade, na família, na vida eclesial, “onde se pode agir, partilhar experiências, a vários níveis: nas dioceses, nas paróquias, nos institutos religiosos”.

Um esforço acrescido, fruto da atenção para a importância dos apelos do Papa Francisco rumo a uma ecologia integral, as Igrejas cristãs em Portugal vão assinar, no dia 12 de junho, o Memorando «Eco Igrejas Portugal» que vai certificar as comunidades cristãs com boas práticas de sensibilização e conversão ecológica.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Frei Fabrizio Bordin saúda e iniciativa ecuménica de ação conjunta das Igrejas e fala num desafio para a Igreja católica.

“Todos temos de aprender uns com os outros. Para a Igreja católica será um desafio aprender e conhecer o que outras Igrejas estão a fazer. Sempre vimos a ecologia como algo que está na moda, mas não é um problema de moda, antes de subsistência e de qualidade de vida humana e espiritual para o nosso futuro”, sublinha.

O religioso assinala ainda a pertinência da data da assinatura, véspera da celebração de Santo António, “franciscano pouco citado pelo âmbito ecológico, mas cujos sermões estão marcados de símbolos retirados da natureza e do mundo dos animais que ele valorizou”.

PR/LS

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