Semana «Laudato Si»: Experiência portuguesa apresentada ao Movimento Católico Global pelo Clima

Focos de Conversão Ecológica de paróquias lisboetas entre as «práticas que fazem a diferença» na aplicação da encíclica

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 21 mai 2021 (Ecclesia) – Os Focos de Conversão Ecológica das Paróquias de São Maximiliano Kolbe e Santa Beatriz da Silva, em Lisboa, estiveram hoje em destaque num webinar do Movimento Católico Global pelo Clima (MCGC), sobre a aplicação da ‘Laudato Si’ (2015).

Frei Fabrizio Bordin, pároco na zona oriental da capital portuguesa, destacou o impulso dado pelo ensinamento do Papa Francisco no aumento da preocupação por “um estilo de vida saudável, respeitoso desta terra”, uma necessidade que veio a ser sublinhada pela pandemia de Covid-19.

O orador destacou o papel do grupo de leigos que acolheu este desafio e tornou “muito sensível a estes temas da Laudato Si”.

“Encontramos uma alma ecológica na vida das pessoas”, assinalou o religioso, destacando a importância de “cuidar da beleza do espaço verde” no meio de tantos prédios.

Os focos, referiu frei Fabrizio Bordin, criaram uma rede que assumiu a encíclica ecológica e social de 2015 como a sua “magna carta”.

O religioso assinalou a importância de envolver as novas gerações, dado o exemplo da recolha de lixo, um trabalho “nem sempre gratificante”.

A conferência online decorreu no âmbito da celebração da Semana ‘Laudato Si’ 2021, com organização do MCGC, o Serviço ‘Justiça, Paz e Integridade da Criação’ da Ordem dos Frades Menores (Franciscanos) e a Rede ‘Cuidar da Casa Comum’ (Portugal), sobre o tema «‘Laudato Si’ em ação: Práticas que fazem a diferença».

https://www.facebook.com/vivalaudatosi/videos/1571506026573711

Frei Jaime Campos, diretor do Serviço ‘Justiça, Paz e Integridade da Criação’ dos Franciscanos, referiu na sua intervenção que as mudanças pedidas pelo Papa Francisco implicam “processos lentos, mas que pouco a pouco vão dando frutos”.

O religioso apresentou imagens da instalação de painéis fotovoltaicos em casas de retiro nos EUA, Guiné-Bissau, Brasil ou Indonésia, entre outros, sublinhando que várias casas da ordem franciscana procuram ser alimentadas completamente com energias renováveis.

Maria Leonor de Freitas, secretária executiva da Comissão Episcopal de Justiça e Paz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) falou da “floresta Laudato Si” que foi plantada em território angolana para travar a desertificação – com o desafio que seja replicada em todas as dioceses católicas.

D. Vicente Ferreira, secretário da Comissão Especial de Ecologia Integral e Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realçou a aposta da Igreja Católica neste setor ambiental.

O responsável é bispo de Brumadinho, Minas Gerais, onde em 2019 mais de 270 pessoas morreram soterradas, após a rutura de uma barragem da mineradora Vale.

O responsável católico saudou os jovens que acompanham diretamente as comunidades atingidas, porque “não é possível uma Igreja apenas de escritório”.

“Se o povo está correndo riscos, o bispo tem de estar lá, junto”, assinalou D. Vicente Ferreira.

“O sistema capitalista, colonialista, continua matando”, acrescentou.

A sessão foi moderada pela jornalista Margarida Vaqueiro Lopes.

A ‘Semana Laudato Si’ é o momento culminante do ano especial de aniversário da encíclica ecológica e social do Papa Francisco, que decorre até 25 de maio, promovendo a celebração “dos progressos que a Igreja tem vindo a realizar no caminho da conversão ecológica, ao mesmo tempo que proporá um trajeto para a próxima década”.

OC

Igreja/Ecologia: «Laudato si» inspira leigos católicos a lançar sementes de novas hortas urbanas (c/fotos e vídeo)

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