Lamego: Bispo convoca diocese à «transmissão da fé, do amor e da vida verdadeira»

D. António Couto frisa que a vida «recebida restitui-se» com nova geração

Lamego, Viseu, 29 set 2014 (Ecclesia) – O bispo de Lamego, D. António Couto, apresentou a carta pastoral intitulada ‘Ide e construí com mais amor a família de Deus’, pedindo testemunho e “transmissão da fé, do amor e da vida verdadeira”.

“Sentir cada criança como filho, cada mulher como mãe e todo o semelhante como irmão ou irmã não é simples retórica, mas a transcrição verbal do novo real compreensível à luz do projeto Criador, Primeiro e Último, em que o mundo aparece como uma única casa e os seus habitantes como uma só família”, escreve D. António Couto no documento que vai orientar o ano pastoral 2014-2015.

O bispo de Lamego pede à comunidade “mais amor, mais família, mais oração, mais missão, mais formação, mais, mais, mais”, e destaca que quando “todos” relatarem a “mesma história, e não histórias diferentes” começa-se a nascer como irmãos, “não pelo sangue mas pela liberdade”.

No item “o sentido da vida recebida e dada”, o prelado interroga-se sobre “como e a quem” restitui a vida quem a recebeu e conclui que o cuidar dos pais “enfraquecidos e velhinhos” não é a única forma.

“Dar a vida e tomar a seu cuidado uma nova geração é mesmo o modo mais apropriado de «restituir» à geração precedente”, desenvolve D. António Couto para quem avós e netos “têm muito a ganhar” uns com os outros.

O biblista destaca que “a Bíblia é um livro de nascimentos e de transmissão: da vida e da fé e da graça” em comparação com o mundo atual onde existem “muitas dificuldades em transmitir a vida e a fé e a graça, o carisma” da vida pessoal e da família humana, da Igreja e das diferentes famílias religiosas.

“Talvez por isso, nos voltemos tanto para trás, e se fale tanto em voltar às origens, refundar. Mas o caminho a empreender não passará mais por gerar novos filhos na vida e na fé e no carisma?”, questiona D. António Couto para quem esta é “a tarefa que todos” têm pela frente “em casa, na Igreja, família de Deus, e nas famílias religiosas”.

Nesse sentido, o bispo diocesano revela que a missão é a “restituição para a frente”, ou seja, a transmissão “da fé, do amor e da vida verdadeira”, onde são sempre necessários “mais corações, mais mentes, mais entranhas, mais braços, mais mãos, mais pés, mais irmãos”, para uma Igreja renovada que “multiplica as pessoas que realizam serviços e acrescenta os ministérios”.

Para esta transmissão da fé e do amor, D. António Couto, convocou este sábado toda a diocese e a todos pede “a graça de promoverem mais encontros de oração, reflexão, formação, partilha e amizade”.

“A todos peço a dádiva de uma mão de mais amor às famílias desconstruídas e a todos os irmãos e irmãs que experimentam dificuldades e tristezas”, acrescentou.

Na carta pastoral, enviada à Agência ECCLESIA, o prelado explica também que o amor eterno de Deus que a “humanidade transmite”, que “é dado” e “não provém de marido e esposa, pais e filhos, amigos”, é “terrivelmente ameaçado de idade em idade”.

CB/OC

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