Jornadas Teotonianas: Bruto da Costa abre reflexão sobre a pobreza

Viana do Castelo, 18 Fev (Ecclesia) – “Da pobreza da injustiça à injustiça da pobreza” é o tema que dá mote para o debate e reflexão, entre hoje (18 de Fevereiro) e 20 de Fevereiro, em mais uma edição das Jornadas Teotonianas, a decorrer em Monção.

Alfredo Bruto da Costa, reconhecido especialista nesta matéria e protagonista em inúmeros debates, é o convidado para a abertura desta reflexão cujo desafio é “desenhar” o “Mapa da pobreza actual”.

Traçar o quadro dos “Desafios actuais para uma distribuição justa da riqueza” é a incumbência de Mário Massa no segundo dia de reflexão sobre esta problemática cada vez mais transversal na sociedade local e mundial.

Fecha estes dias de reflexão aquele a quem chamaram “Bispo Vermelho” precisamente pelas suas denuncias de pobreza que grassava então na península de Setúbal.

D. Manuel Martins, Bispo Emérito daquela diocese, regressa às Teotonianas para abordar a relação entre o espiritual e a intervenção – “Da oração de pobreza à oração de compromisso”.

As sessões desta edição das Jornadas Teotonianas, organizadas pelo arciprestado de Monção decorrem, sempre, às 21h00, no salão paroquial da vila de Monção, Distrito de Viana do Castelo.

Cada uma das sessões será antecedida por um momento musical a cargo, respectivamente dos grupos corais de Pias e Lacedurium (Salvatierra del Miño – Galiza); Santa Luzia de Moreira; e Deu-la-Deu.

O padre Avelino Marques, arcipreste de Monção, sublinha a actualidade do tema escolhido para esta edição pela sua pertinência e pelas interpelações que poderá deixar a cada pessoa porque é uma problemática «que avassala a humanidade pelo mundo inteiro».

«Constatar a sua panorâmica a todos os níveis, investigar as suas causas até às mais remotas, denunciar injustiças, lançar desafios e abrir caminhos de justiça e de verdade, comprometer pessoas, instituições, governos a combater este tremendo flagelo», são os objectivos a que se propõe a organização.

Este programa, enfatiza o arcipreste, «sintetizado em três conferências, em jeito profético, denúncia os males das gritantes injustiças, anuncia caminhos de verdade e de justiça e compromete as pessoas num apelo à fraternidade e à justa distribuição das riquezas».

No distrito de Viana do Castelo o quadro da pobreza vai-se alargando, temendo-se um aprofundamento mais grave ao longo do corrente ano.

O Banco Alimentar contra a Fome, aquando da sua última recolha de alimentos, estimava que estivem a receber, efectivamente, ajuda cerca de 15 mil pessoas.

A Cáritas Diocesana, segundo os seus responsáveis, tem registado um crescente pedido de apoio de famílias.

Dados da instituição dizem que, até ao final do mês de Novembro do ano passado, tinha apoiado directamente 1381 agregados familiares, o que dá um universo de quase 3500 pessoas.

Outro sinal da «forte crise» que está a atingir a região é que, nos primeiros onze meses de 2010, a instituição apoiou mais 900 pessoas do que em todo o ano de 2009, tendo sido sinalizados 169 novos casos de pobreza que passaram a contar com apoios de diferentes formas e em vários sectores.

PG

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