JOC resiste apesar das dificuldades

Movimento procura caminhos para ultrapassar as dificuldades financeiras e alargar horizontes na sua acção A Juventude Operária Católica (JOC), movimento da Acção Católica no nosso país, procura caminhos para ultrapassar as dificuldades financeiras actualmente enfrentadas e alargar as suas fronteiras, chegando a pessoas e insitiuições que se encontram para lá do âmbito eclesial. Para além das cotas dos militantes, das campanhas financeiras que as dioceses desenvolvem no sentido de angariar fundos e da venda da revista do movimento, a JOC conta com algum apoio da hierarquia da Igreja, com o apoio pontual de organismos públicos, nomeadamente Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia e ainda com o apoio anual do IPJ – Instituto Português da Juventude. Contudo, este ano o apoio do IPJ falhou devido à nova legislação e à reestruturação do Plano de Apoio ao Associativismo Juvenil e, por outro lado, o apoio por parte da hierarquia da Igreja é, em algumas dioceses, considerado pelo movimento como “muito baixo ou até inexistente”, nomeadamente em dioceses onde a JOC existe e desenvolve um trabalho efectivo e contínuo há vários anos. Esta conjuntura contribuiu para que a JOC enfrentasse uma situação financeira bastante complicada, que chegou a colocar em risco a continuidade do trabalho do movimento. Neste contexto, decorreu a XVII Assembleia Nacional do movimento, de 10 a 12 de Agosto, procurando redefinir prioridades para o próximo triénio. Em declarações à Agência ECCLESIA, a Coordenadora Nacional cessante, Maria das Neves Jesus, assegura que neste momento “existe dinheiro” para continuar o trabalho, fruto da solidariedade de “militantes e amigos”, para além do apoio da Pastoral Operária, mas algumas mudanças serão necessárias. Os chamados “dirigentes livres” – jovens que deixaram o seu trabalho ou estudo para se dedicaram exclusivamente ao serviço do movimento – passarão de cinco para três, tentando minimizar um encargo mensal “muito grande”, a que se soma o salário de uma colaboradora no secretariado nacional. Realidade laboral Nos próximos tempos, a JOC promete estar atenta às realidades do trabalho temporário, às dificuldades de integração no mercado de trabalho, à questão do endividamento e à falta de associativismo. Maria das Neves Jesus sublinha a “riqueza que cada militante tem” e que deve colocar ao serviço dos outros”. Como linha de orientação fundamental ficou a intenção de ter uma JOC “mais aberta”, procurando chegar a mais jovens, mesmo que não sejam militantes. Esta “viragem para fora” passa por acolher e estar junto dos jovens, mesmo numa “acção missionária” mais forte. Do contacto com a JOC francesa nasceu a vontade de concretizar entre nós uma experiência que já ali existe: espaços de acolhimento a jovens trabalhadores, onde eles se podem divertir e, ao mesmo tempo, encontrar informação sobre o mundo laboral, em parceria com outras organizações. Outra aposta passa pela formação dos membros do movimento, em especial no que diz respeito às novas questões laborais, âmbito onde falta muita informação aos jovens. “As leis estão constantemente a mudar e nós, militantes, temos de estar preparados para responder a quem nos coloca qualquer questão”, indica a Coordenadora Nacional cessante da JOC.

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