Teólogo Juan Ambrósio diz que o Papa polaco quis «abrir» portas dentro e fora da Igreja
Lisboa, 28 abr 2011 (Ecclesia) – Juan Ambrósio, professor de teologia na Universidade Católica Portuguesa, considera que “toda a vida e ação” do Papa João Paulo II se fundamentou na “vontade de levar a Igreja a abrir” as portas a Jesus Cristo.
Em artigo publicado na edição especial que a Agência ECCLESIA dedica à beatificação de João Paulo II, cerimónia que vai ter lugar a 1 de maio, no Vaticano, o teólogo procura “destacar a importância e centralidade que a pessoa de Jesus Cristo e o seu projeto salvífico, desempenharam no pontificado de João Paulo II”.
“Toda a vida e ação do Papa se fundamentou nesta vontade de levar a Igreja a abrir, e porque não dizer escancarar, as portas ao Redentor, para que a partir do encontro revigorado com Ele a Igreja pudesse abrir-lhe também as portas do mundo”, assinala.
O especialista lembra a primeira encíclica de Karol Wojtyla, «Redemptor Hominis», publicada em 1979, pouco após a sua eleição como Papa, na qual se podia ler: “O Redentor do homem, Jesus Cristo, é o centro do cosmos e da história. Para Ele se dirigem o meu pensamento e o meu coração nesta hora solene da história, que a Igreja e a inteira família da humanidade contemporânea estão a viver”.
“É fascinante perceber como logo desde o primeiro momento podemos destacar uma clara linha de ação e reflexão”, indica Juan Ambrósio.
“Como é obvio, um pontificado tão longo inevitavelmente acabou por ter vários centros de preocupação ao longo dos diversos momentos da história da humanidade e da história da Igreja porque foi passando”, acrescenta.
O professor da faculdade de teologia da UCP recorda ainda o jubileu do ano 2000 e “como esse acontecimento estava centrado na pessoa e na obra do Redentor”.
Karol Jozef Wojtyla, eleito Papa a 16 de outubro de 1978, nasceu em Wadowice (Polónia), a 18 de maio de 1920; morreu no Vaticano, a 2 de abril de 2005.
A sua beatificação foi anunciada a 14 de janeiro, depois da publicação do decreto que comprovava um milagre, relativo à cura da religiosa francesa Marie Simon-Pierre, que sofria da doença de Parkinson.
A beatificação é a liturgia que propõe uma pessoa como modelo de vida e intercessor junto de Deus e autoriza o seu culto público na Igreja Católica.
OC