João Paulo II: Padre António Teixeira conta como futuro santo mudou a sua vida

Pároco de Carcavelos percebeu que queria ser sacerdote depois da vinda do Papa polaco a Portugal

Carcavelos, Lisboa, 21 abr 2014 (Ecclesia) – O pároco de Carcavelos, padre António Teixeira, recorda em declarações à Agência ECCLESIA a forma como a sua vida mudou depois da visita do Papa João Paulo II a Portugal em 1982.

“Lembro-me que foi feriado e que eu nem sabia bem o que era um Papa, no 11.º ano o que eu sabia sobre a Igreja era o que aprendia nas aulas de História e portanto sabia que vinha aí alguém da Igreja, mas achei estranho ser feriado, fiquei inquieto e quis ouvir na rádio o que se estava a passar e depois à noite vi as imagens na televisão”, conta.

Em 1982 o padre António Teixeira tinha 16 anos e recorda que acompanhou a visita do Papa João Paulo II “às escondidas dos pais”.

“Quando vi na televisão aquele homem vestido de branco, com um entusiasmo tremendo e com uma multidão incontável de jovens o que me perturbou e me fez pensar: porque é que eu não estou ali também?”, questionou-se então o atual pároco de Carcavelos.

[[a,d,4580,Emissão 21-04-2014]]Nascido em Chelas, um bairro problemático de Lisboa, o padre António Teixeira recorda que não havia “o hábito de ir à Igreja ou à catequese” mas que depois de ver o Papa João Paulo II na televisão “quis saber mais sobre esse Jesus estranho até então”, porque o Papa polaco “falou de Jesus, de partir, de missão”.

Foi “às escondidas e com alguma vergonha” que na altura o jovem António Teixeira começou a querer saber mais e a “ler revistas da catequese e o novo testamento” que “devorou e releu”, recorda.

Ao ler a história da vida de Jesus o padre António Teixeira conta que se “fez um clique” na sua cabeça e que aí percebeu que “Jesus amava também as pessoas que eram como eu” algo que recorda ter sido “como um soco no estomago”.

A partir desse momento “ficou o bichinho e a dúvida de que poderia ser um dos que falava sobre a história de Jesus” e o caminho sacerdotal tornou-se um rumo a seguir, sendo que a sua ordenação aconteceu em 1991, ano em que o Papa João Paulo II regressou a Portugal.

“Fui o diácono assistente do Papa João Paulo II e para mim esse foi o sinal da confirmação daquele chamamento que Deus fez na primeira vinda do Papa e que se confirma três meses antes da minha ordenação naquela missa no estádio do Restelo que eu nunca mais esquecerei”.

“Privei com ele, conversei com ele e toquei naquele santo”, conta o padre António Teixeira, em declarações que podem ser ouvidas hoje no programa ECCLESIA (22h45) na Antena 1.

O prelado recorda “a felicidade e alegria” que sentiu durante aquele momento em que privou com o Papa porque “estava diante daquela pessoa que tinha mudado” a sua vida.

“Só o cumprimentei e não consegui dizer mais nada, estar ali com ele e tocar-lhe para mim foi como estar no céu”, relata.

O Papa Francisco presidiu no dia 30 de setembro de 2013 a um consistório ordinário público no Vaticano para aprovar as causas de canonização de João Paulo II e João XXIII, marcando a cerimónia para o próximo domingo, dia 27 de abril.

A canonização, ato reservado ao Papa, é a confirmação, por parte da Igreja, de que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

SN/MD

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