JMJ: Símbolos descem o rio Douro num momento inédito para a Diocese do Porto (c/fotos)

«Este será um dos grandes marcos de preparação da JMJ Lisboa 2023”, afirmou Artur Costa, do COD diocesano

Foto: João Lopes Cardoso

Porto, 01 out 2022 (Ecclesia) – Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude descem hoje o rio Duro, num trajeto que começou em Peso da Régua e termina na ribeira do Porto, dando início à peregrinação da cruz e do ícone mariano na diocese.

“Temos a juventude toda mobilizada para receber os símbolos, e este será um dos grandes marcos de preparação da JMJ Lisboa 2023”, explica à Agência ECCLESIA Artur Costa, do Comité Organizador Diocesano do Porto.

Para o responsável a descida dos símbolos pelo rio Douro, que está a acontecer durante o dia de hoje, trata-se de “uma experiência eu vai marcar a diocese”.

Participante em três JMJ, Artur Costa fala num “orgulho” e “um sonho tornado realidade”.

“Nunca imaginaria, nas nossas participações, que iríamos ter uma JMJ em Portugal e essa realidade está cada vez mais próxima. Cabe a nós ajudar a preparar da melhor maneira o acolhimento dos jovens do mundo inteiro para esta JMJ”, explica.

D. Manuel Linda, bispo do Porto, que acompanha a travessia no barco, com chegada prevista pelas 18h15 à zona ribeirinha, confessa à Agência ECCLESIA a sua esperança que a peregrinação seja mais de “mobilização e divulgação” do que de “folclore”.

Foto: João Lopes Cardoso

“A expetativa é que num clima de interioridade mas também apelativo socialmente consigamos mobilizar pessoas, jovens e de outras gerações, para que a JMJ comece a entrar no ouvido e no coração de todos. Esta é a fase mobilizadora, mas não queríamos apenas que fosse uma fase folclórica, mas com interioridade”, conta.

A descida dos símbolos pelo rio Douro, que significa a passagem da cruz e do ícone mariano entre a diocese de Vila Real e a diocese do Porto, é, em si, “um momento mobilizador”.

“Fazer esta viagem desta forma, contarmos com gente nas margens e pontes por onde passamos, já divulga. Temos connosco os presidentes das autarquias que mostram o que é esta adesão cívica e social. É um acontecimento que não se fica indiferente, porque acontece no meio de uma beleza indescritível. As paisagens do Douro, passamos pelas vinhas, pelas encostas, passamos por diferentes concelhos. Quem tem raízes nesta zona não fica indiferente”, resume.

O bispo de Vila Real reconhece que a peregrinação dos símbolos permitiu “divulgar e aprofundar” o sentido e o significado das Jornadas.

“Alguns jovens já sabiam da jornada e do seu sentido, mas a peregrinação dos símbolos serviu para percebermos o que é uma jornada, falarmos sobre a experiência de Igreja, o que significa o encontro de jovens, o que tem de único e diferente de outros encontros de juventude”, explicou D. António Augusto de Azevedo à Agência ECCLESIA.

Foto: João Lopes Cardoso

A passagem da Cruz peregrina e do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani permitiu que “jovens e adultos tivessem uma consciência mais viva da importância e significado das jornadas”.

“A peregrinação ajudou também a levantar, a despertar, algumas estruturas, sobretudo a nível da juventude, que estariam adormecidas. Com o clero, os jovens, movimentos, instituições e congregações religiosas, houve um despertar e vários grupos e movimentos perceberam que primeiro tiveram de se organizar para o acolhimento dos símbolos e dessa forma, perceberam que será necessário, no resto do ano, continuar a trabalhar para ter uma boa participação na jornada”, reconheceu.

A diocese de Vila Real organizou, na noite desta sexta-feira, uma tertúlia que permitiu fazer uma retrospetiva “breve mas significativa” do percurso da pastoral juvenil na diocese e os marcos que representaram a participação dos jovens da diocese nas várias JMJ.

“Essa evocação foi útil, não só de consciência do seu significado mas para dar um impulso mais forte à participação da atual geração de jovens na próxima jornada”, afirmou o bispo de Vila Real.

A 27 de janeiro de 2019, na conclusão da Jornada Mundial da Juventude na cidade do Panamá, Lisboa foi anunciada como sede do evento em 2022; a edição portuguesa acabou por ser adiada um ano, devido à pandemia de Covid-19.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo depois passado pelas cidades de Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

PR/LS

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Agência ECCLESIA

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